Em caranguejos de água doce, investigar aspectos comportamentais é fundamental para obtenção de informações sobre qualquer tipo de interação. Nesse aspecto, o repertório comportamental é considerado o estudo base para entender melhor os aspectos da ecologia e biologias dos animais. Para isso, são elaborados etogramas com descrições sistemáticas e organizadas dos comportamentos apresentados pelos indivíduos. Portanto, estudamos o comportamento de Sylviocarcinus pictus com o objetivo de analisar se o comportamento se modifica ao longo do fotoperíodo. Coletamos dez caranguejos adultos de S. pictus, cinco fêmeas e cinco machos nos períodos diurno e noturno usando busca ativa e armadilhas tipo covo. Os aclimatamos individualmente por dez dias em aquários de vidro com as laterais cobertas com material opaco, sendo alimentados duas vezes ao dia com filé de peixe. Filmamos todos os caranguejos individualmente por 72 horas ininterruptas usando uma câmera SJ8 AIR ao lado de cada aquário, posicionada em um ângulo perpendicular. Utilizamos o software livre de análise de vídeo/áudio BORIS, para contabilizar o tempo que os caranguejos gastaram em cada ato comportamental. Posteriormente inspecionamos a normalidade e homoscedasticidade dos dados utilizando os testes de Shapiro-Wilk e Levene test, os quais mostraram uma distribuição não normal e não homogenia. Para testar se o tempo gasto pelos caranguejos em cada grupo diferem entre o fotoperíodo, portanto, usamos o teste de Wilcoxon, tendo fotoperíodo como variável explicativa, e o tempo gasto em cada grupo comportamental como variável resposta. Observamos nove atos comportamentais distintos em S. pictus, os quais dividimos em quatro categorias: imobilidade, exploração ambiental, alimentação e autolimpeza. Destas, as maiores frequências apresentadas pelos caranguejos em ambos os períodos foram a imobilidade e a exploração ambiental. Mesmo a categoria imobilidade apresentando-se mais frequente em ambos os fotoperíodos, observamos uma diferença significativa entre eles, mostrando que os caranguejos foram mais inativos durante o período claro. Apesar dessa maior frequência de inatividade nos dois períodos, observamos um aumento na frequência das categorias relacionadas a atividade no período escuro, mostrando que os foram significativamente mais ativos no período escuro. Portanto, o caranguejo S. pictus segue o padrão dos caranguejos de água doce, quais são principalmente noturnos e com poucas movimentações durante o dia. Por fim, os indivíduos demostraram claramente uma distinção comportamental entre os períodos.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia