Nos últimos anos, houve crescimento no uso de insetos como organismos modelo para estudar doenças humanas devido às suas semelhanças metabólicas com mamíferos. Modelos biológicos ideais devem ser de baixo custo e fáceis de criar e manter em laboratório. A joaninha predadora Cryptolaemus montrouzieri é uma espécie com potencial para esse propósito, pois é amplamente utilizada no controle de pragas agrícolas e de fácil cultivo em laboratório. Essa pesquisa teve como objetivo investigar o metabolismo do açúcar na joaninha e sua resposta a dietas com concentrações crescentes de frutose, analisando os níveis de glicose, triglicerídeos, colesterol total e colesterol HDL. Neste experimento, realizado no Laboratório de Entomologia Aplicada da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a joaninha C. montrouzieri foi submetida a diferentes concentrações de frutose para testar os efeitos de uma dieta exclusiva de açúcar em suas taxas de glicose. Machos e fêmeas foram alimentados com soluções de frutose de 30%, 40% e 50% por dez dias. Um grupo controle foi alimentado com a dieta natural da joaninha. Após o período de consumo, os adultos foram analisados para medir a quantidade de açúcar nos tecidos. O experimento foi conduzido em condições controladas de temperatura, umidade e fotofase. Foi observado que o aumento da concentração de frutose na dieta resultou em elevação da glicemia e dos triglicerídeos. Esse aumento foi mais expressivo nas fêmeas do que nos machos. Surpreendentemente, o colesterol HDL, que geralmente diminui com o aumento dos níveis de glicose e gordura em humanos, apresentou um aumento após o consumo da dieta com maior concentração de frutose. Além disso, comparando as concentrações glicêmicas das joaninhas com as dietas, sugere-se que as quantidades de açúcares ingeridas das cochonilhas são semelhantes à frutose em menor concentração testada. Compreender o metabolismo de glicose em insetos é essencial para desenvolver uma dieta artificial que atenda suas necessidades nutricionais e permita estudos nutricionais. Isso pode revelar se a espécie pode ser um modelo útil para pesquisas de tratamentos em humanos relacionados a doenças como diabetes e obesidade, associadas ao índice glicêmico.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia