O caranguejo de água doce Goyazana castelnaui, pertencente à família Trichodactylidae, possui uma ampla distribuição no território brasileiro, ocorrendo para a maioria das bacias país. O projeto de transposição do rio São Francisco (STF) é um empreendimento do governo federal com o intuito de captar água em dois eixos (norte e sul) do rio São Francisco e ofertar aos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Entretanto, junto a obra, existem também potenciais riscos as comunidades biológicas nativas, incluindo a possível introdução de espécies exóticas. Partindo do pressuposto, o presente estudo tem o objetivo de informar o primeiro registro da espécie Goyazana castelnaui para o Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco. A coleta ocorreu entre 17 e 18 de fevereiro de 2023, no Eixo Norte da Transposição do Rio São Francisco, na localidade de Montevidéu, município de Salgueiro, Pernambuco, próximo a cidade de Penaforte, Ceará. Após a coleta, os espécimes foram crioanestesiados e transportados para laboratório, onde foram identificados e sexados de acordo com Melo (2003), e tiveram sua maturidade estimada com base em Silva et al. (2018). Ao final das analises, os indivíduos encontrados foram fixados em álcool etílico 70% e depositadas na Coleção de Invertebrados da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), campus Itapetinga, Bahia, Brasil. Apenas um indivduo macho adulto de G. castelnaui foi encontrado, entretanto, junto ao mesmo, haviam restos mortais de carapaças espalhas pela margem da transposição, não sendo possível estimar a espécie. No momento, essa parte da transposição se caracteriza como um grande corpo d’água, incluindo diversos organismos aquáticos, aves e gado, além de atividade pesqueira. Embora a presença da espécie seja informada para outras cidades de Pernambuco, até o presente momento, não havia registro da espécie para os municípios de Sagueiro (PE) e Penaforte (CE). A presença desse caranguejo em ambiente exótico neste trecho da transposição pode representar um sinal de alerta. Diante disso, mais estudos e atividades de monitoramento com profissionais especializados podem contribui para uma melhor compreensão dos impactos e atual status das comunidades aquáticas dessas regiões.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia