DIVERSIDADE OCULTA DO PIAUÍ: OCORRÊNCIA DO BIVALVE ANODONTITES TRAPESIALIS (LAMARCK, 1819) NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARNAÍBA

  • Autor
  • Lucas Ariel de Sousa Aguiar
  • Co-autores
  • Emerson Santos Castro , Maria do Carmo Nunes Santos , Manuella Feitosa Leal , Edson Lourenço da Silva , Ana Carolina Figueiredo Lacerda , Tamaris Gimenez Pinheiro1
  • Resumo
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    Os moluscos da Classe Bivalvia têm um papel ecológico relevante, possuindo características biológicas particulares, como formas larvais que incluem parasitas de peixes. A interação bivalve-peixe é observada principalmente nos membros da família Mycetopodidae (Unionida)  podendo ser responsável pela dispersão de suas espécies em várias bacias hidrográficas. Esses bivalves preferem áreas de sedimentos argilosos ou argilo-arenosos, vivendo semienterrados. A presença dos micetopodídeos em uma área está relacionada ao deslocamento dos peixes hospedeiros, características dos substratos e dinâmica da coluna d'água. Ações antrópicas representam a principal ameaça a esses animais, colocando-os em risco de extinção. Estudos que catalogam e monitoram a presença da fauna nativa de bivalves de água doce são essenciais para a preservação dessas espécies. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo relatar a primeira ocorrência da espécie Anodontites trapesialis (Lamarck, 1819) na Bacia do Rio Parnaíba, Piauí. Foram realizadas coletas em oito rios da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba, localizados no estado do Piauí, durante a estação seca. As coletas foram feitas em três pontos ao longo dos rios: cabeceira, porção média e foz. Para captura dos animais, foi utilizada uma peneira de metal acoplada a uma haste de madeira a qual era mergulhada cinco vezes, até o substrato do corpo d'água. Todo material recolhido era armazenado em frascos de plástico com tampa. Também foram realizadas coletas ativas de conchas de moluscos presentes na margem do rio. No laboratório, os animais vivos foram contados e identificados até o menor nível taxonômico possível. Para confirmar as identificações, parte do material coletado foi enviado a especialistas e, posteriormente, depositada na coleção de moluscos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Quatro exemplares da espécie A. trapesialis  foram coletados: três conchas na foz do Rio Piauí e um exemplar vivo, na foz do Rio Pirangi. Atualmente os registros de ocorrência de A. trapesialis descrevem a sua presença em diversas bacias hidrográficas brasileiras, porém, este é o primeiro registro na bacia do Rio Parnaíba. A baixa ocorrência de exemplares amostrados provavelmente está relacionada ao modo de vida da espécie, que comumente vive semienterrada no sedimento e em maiores profundidade. Considerando os múltiplos usos dos corpos d’agua usualmente observados no Nordeste do Brasil, é preciso se atentar aos efeitos de sua introdução em tanques de piscicultura. Isso porque, devido ao hábito parasita de suas larvas, podem causar lesões e déficits no crescimento em peixes. O presente registro chama atenção para a diversidade críptica da fauna brasileira e a importância da conservação dos corpos d’agua do estado. Além disso, esse resultado alerta para cuidados com a introdução acidental em tanques de piscicultura, pois isso pode impactar a economia local. Estudos direcionados ao grupo ao qual a espécie pertence são fortemente encorajados para que possamos obter dados robustos sobre o status das populações nessa Bacia tão importante, não só para o Piauí, mas para o Nordeste.

     

  • Palavras-chave
  • Mycetopodidae, Moluscos Límnicos, Semiárido, Nordeste.
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