Efeito de diferentes usos do solo sobre a diversidade taxonômica da assembleia de escorpiões de Brejos de Altitudes paraibanos

  • Autor
  • Matheus L. B. Feitosa
  • Co-autores
  • André F. A. Lira , Hidalgo V. G. Lima , Fredy Alvarado R.
  • Resumo
  • Nos últimos anos, o estudo da mudança do uso do solo tem se tornado um tema central na pesquisa ecológica, especialmente em ecossistemas tropicais. Entre os ecossistemas tropicais afetados, as florestas úmidas, com sua notável biodiversidade global, têm sido particularmente impactadas pela conversão de terras para uso humano, resultando em fragmentação e perda de habitats naturais. Nesse contexto, os brejos de altitude destacam-se como ecossistemas distintos, abrigando comunidades biológicas únicas e adaptadas às condições específicas desse ambiente particular. No entanto, o processo de urbanização e mudança do uso do solo também afeta essas áreas, colocando em risco a diversidade biológica e a sobrevivência de espécies sensíveis a alterações ambientais. Dentre essas espécies, os escorpiões emergem como organismos importantes para compreender os efeitos das mudanças nas paisagens naturais. Sendo predadores sensíveis, eles respondem prontamente às alterações ambientais, tornando-se modelos valiosos para avaliar os impactos humanos sobre as comunidades naturais. Desta maneira, para avaliar os impactos dos diferentes usos do solo na assembleia de escorpiões, o estudo foi perfomado em 60 pontos amostrais distribuidos igualmente em três municipios diferentes (Areia, Bananeiras,Solânea) localizados no agreste do estado da Paraíba, possuindo cobertura vegetal nativa de Brejos de altitude. Foram avaliadas três categorias de uso do solo (florestas, áreas verdes e cidade),e coletadas métricas paisagísticas relacionadas à cobertura florestal e uso da terra. Assim, 882 indivíduos totais foram coletados distribuídos em cinco espécies pertencentes a duas famílias. O uso da terra e as métricas de paisagem foram responsáveis por explicar as variações das espécies. A abundância foi responsiva a matriz de entorno, sendo negativamente afetada pelo aumento da área urbana e agricultura. Em contraste, em áreas de Floresta e Áreas verdes foram positivamente relacionadas. Para a riqueza de espécies, foi possível observar uma relação significativa e positiva apenas em uso do solo com menor índice de urbanização, em Florestas e Áreas verdes. Por outro lado, a composição de espécies apresentou variação sendo relacionada 99,9% com as métricas de paisagem. Desta maneira, métricas de área urbana, agricultura e campos, afetaram significativamente a composição de espécies. Nossos resultados sugerem que a estrutura da paisagem, influenciada pelo uso humano da terra, exerce um papel determinante nas alterações do padrão de diversidade dos escorpiões. As áreas verdes e florestais mostraram ser capazes de reter manter maiores abundância e riqueza desses animais ao longo de um gradiente de uso do solo. Além disso, indicam que espécies típicas de áreas florestais, como Tityus pusillus Pocock, 1893 e Ananteris mauryi Lourenço, 1982, bem como espécies raras, como T. neglectus Mello-Leitão, 1932, foram negativamente impactadas com o aumento da área urbana. Em contraste, o escorpião oportunista T. stigmurus Thorell, 1876, apresentou maior abundância em regiões urbanas. Dessa forma, variáveis ambientais, como a porcentagem de matriz urbana na paisagem, parecem desempenhar o papel de um filtro ambiental, influenciando e selecionando as espécies. Portanto, fica evidente que a estrutura da paisagem, influenciada pelo uso humano da terra, desempenha um papel crucial nas mudanças observadas no padrão de diversidade dos escorpiões em brejos de altitudes.

  • Palavras-chave
  • Uso do solo, ecologia de paisagem, urbanização
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Ecologia (Invertebrados)
Voltar Download
  • Biogeografia
  • Ecologia Geral
  • Taxonomia (Invertebrados)
  • Taxonomia (Vertebrados)
  • Ecologia (Invertebrados)
  • Ecologia (Vertebrados)
  • Ensino de zoologia
  • Etnozoologia
  • Paleontologia (Invertebrados)
  • Paleontologia (Vertebrados)
  • Parasitologia
  • Zoologia Aplicada
  • Genética/Evolução

Comissão Organizadora

XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS

Comissão Científica

Jose Souto Rosa Filho

Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO

 

Rede Social do evento

  • @instasnz

Sociedade Nordestina de Zoologia

  • contato@snz.net.br
  • www.snz.net.br
  • facebook.com/SNZool