PRODUÇÃO SONORA EM NINHOS E FILHOTES DE TARTARUGAS MARINHAS (ERETMOCHELYS IMBRICATA E CARETTA CARETTA ) EM IPOJUCA, LITORAL SUL DE PERNAMBUCO BRASIL

  • Autor
  • Safira Núbia Dias de Melo
  • Co-autores
  • Matheus Felipe de Souza Dias da Silva , Paulo Jorge Parreira dos Santos , Vívian Chimendes da Silva Neves , Bruna Martins Bezerra
  • Resumo
  •  

    A espécie Eretmochelys imbricata e Caretta caretta desovam nas praias de Ipojuca, que são importantes áreas de reprodução e potencial local modelo, visto que possui intensa antropização. Compreender a comunicação das tartarugas neste litoral pode levar a estratégias que promovam o uso sustentável da região. O objetivo deste trabalho foi investigar o repertório acústico de E. imbricata e C. caretta, no litoral de Ipojuca, Pernambuco, Brasil. O estudo foi realizado nas praias: Muro Alto, Cupe, Merepe, Porto de Galinhas e Maracaípe. Registramos cinco ninhos de cada espécie entre outubro/2020 e maio/2021, com o gravador AudioMoth1.1.0, começando no 45º dia de incubação até a caminhada dos filhotes ao mar. Consideramos 24 horas de cada contexto (filhotes, emergência), e gravação contínua para caminhada dos filhotes ao mar. Os áudios foram analisados no Raven Pro1.5 para obter as características físicas dos sons. Foram feitas as seguintes análises: Análise de Função Discriminante (DFA) para verificar a objetividade de nossa classificação, e se os sinais acústicos poderiam ser diferenciados entre ninhos e espécies; Análise de Variância Permutacional (PERMANOVA), para confirmar se as características físicas do som mais representativo poderiam se diferir entre as espécies e ninhos; e quando diferentes, testes t permutacionais para comparações pareadas. Encontramos 12 tipos de sinais acústicos para C. caretta e cinco para E. imbricata, na literatura haviam sido relatados respectivamente cinco e quatro tipos de sinais acústicos durante o período de incubação. Nossa pesquisa realizou gravações contínuas (24h), que pode justificar o maior número de sinais acústicos. Os sons encontrados variaram de 0,48 kHz a ultrassônicas de 24 kHz, que não haviam sido relatados anteriormente para tartarugas marinhas. Todos os estudos disponíveis sobre descrições acústicas relataram sinais com frequências até 15 kHz em E. imbricata. A capacidade de produzir sons com diferentes frequências pode ajudar a se comunicarem de forma mais eficaz, principalmente quando habitam em locais antropizados. Ao comparar o sinal acústico tipo 1/I que foi mais frequente em ambas as espécies, a DFA revelou uma classificação correta do sinal por espécie com todas as características acústicas contribuindo para a diferenciação. Ao comparar o sinal tipo 1 entre os ninhos de C. Caretta, foi verificado que é possível diferir entre os ninhos desta espécie, mas não ocorre entre E. imbricata.  Esse dado pode indicar uma potencial assinatura vocal em ninhos da primeira espécie. No entanto, essa variação pode estar correlacionada com a temperatura, precipitação e umidade que variaram ao longo do período de gravação entre as espécies. Este estudo acrescenta novos sinais acústicos ao repertório de duas espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil e em outras partes do mundo e mostra que esses animais podem produzir até frequências ultrasônicas. Estudos futuros devem se concentrar em descrever e comparar sinais acústicos da mesma espécie de diferentes áreas, e de diferentes espécies, a fim de criar bibliotecas de sinais acústicos para apoiar a criação de protocolos de monitoramento acústico passivo para tartarugas marinhas.

  • Palavras-chave
  • bioacústica, vocalização, assinatura vocal, testudines, incubação
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Zoologia Aplicada
Voltar Download
  • Biogeografia
  • Ecologia Geral
  • Taxonomia (Invertebrados)
  • Taxonomia (Vertebrados)
  • Ecologia (Invertebrados)
  • Ecologia (Vertebrados)
  • Ensino de zoologia
  • Etnozoologia
  • Paleontologia (Invertebrados)
  • Paleontologia (Vertebrados)
  • Parasitologia
  • Zoologia Aplicada
  • Genética/Evolução

Comissão Organizadora

XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS

Comissão Científica

Jose Souto Rosa Filho

Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO

 

Rede Social do evento

  • @instasnz

Sociedade Nordestina de Zoologia

  • contato@snz.net.br
  • www.snz.net.br
  • facebook.com/SNZool