TUCUNARÉS INTRODUZIDOS NO ESTADO DE SERGIPE: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E PERSPECTIVAS

  • Autor
  • Rebeca Oliveira Jesus
  • Co-autores
  • Fernando Henrique de Argolo Carvalho , Marcelo Fulgêncio Guedes Brito
  • Resumo
  •  

    A introdução de espécies fora de sua área de distribuição geográfica natural é considerada a segunda maior causa de perda da biodiversidade a nível global ocasionando declínio e extinção de espécies nativas. Os tucunarés estão entre os representantes mais frequentes e emblemáticos de introduções em ecossistemas dulcícolas, alterando o equilíbrio e a diversidade dos ambientes invadidos. O presente estudo visou traçar um diagnóstico referente ao histórico da introdução de Cichla spp. no Estado de Sergipe, região Nordeste do Brasil, com base na literatura científica, material amostrado e levantamento de dados secundários no YouTubeTM apontando para futuros cenários. Realizou-se um levantamento de dados secundários na literatura científica por meio de busca nas bases de dados Web of Science e Google Scholar, usando como critério as palavras-chave “Cichla”, “Introduction” e “Establishment”. Além disso, foram direcionadas buscas a arquivos publicados na plataforma de mídia digital YouTube TM seguindo o referencial proposto por Magalhães et al. (2021), com o objetivo de avaliar os registros de ocorrência das espécies de tucunarés em Sergipe, utilizando as seguintes palavras-chave: “Tucunaré Sergipe” e “Pesca Esportiva Tucunaré Sergipe”. Somado a esses dados, foram utilizados os registros de Cichla spp. da Coleção de Ictiologia da Universidade Federal de Sergipe (CIUFS) para ampliar a distribuição em Sergipe. As buscas realizadas na literatura científica, relatórios técnicos e YouTubeTM somadas aos registros na coleção totalizaram três espécies de tucunarés introduzidas em sistemas lacustres de Sergipe, sendo elas Cichla kelberi Kullander & Ferreira, 2006, Cichla piquiti Kullander & Ferreira, 2006 e Cichla temensis Humboldt, 1821. A partir dos resultados obtidos, foi possível determinar os registros de tucunarés em seis bacias hidrográficas distintas do Estado de Sergipe: Rio São Francisco, Rio Piauí, Rio Real, Rio Sergipe, bacia costeira Caueira/Abaís e Sapucaia. A presença dos tucunarés na região Nordeste pode estar associada a dois ciclos antrópicos. O primeiro deles (a partir da década de 1930) objetivou fornecer proteína animal por meio de peixamentos realizados por órgãos governamentais (e.g., DNOCS). O ciclo mais recente (1990 – atual) está associado principalmente ao fomento à pesca esportiva. Os resultados neste levantamento mostraram a presença de três espécies de Cichla e um alerta para a presença das espécies no Estado de Sergipe. A combinação de fontes e ferramentas de consulta permitiram abarcar estes registros de introdução, que parecem ter como principal vetor a pesca esportiva. Além disso, as informações obtidas reforçam a importância do uso da plataforma YouTubeTM como uma importante ferramenta para compreender a influência de diferentes ciclos antrópicos determinando a distribuição de ciclídeos não nativos. A introdução de espécies atinge esferas econômicas, sociais e ambientais, é necessário e urgente a realização de investimento por parte do Estado em ações de educação ambiental que visem sensibilizar a população em relação aos efeitos deletérios da introdução de espécies não nativas, para proteger os ecossistemas de água doce neotropicais e garantir sua sustentabilidade e os serviços ecossistêmicos a curto, médio e longo prazo. 

     

  • Palavras-chave
  • Cichla; Conservação; Impacto ambiental; Invasões biológicas;
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Ecologia (Vertebrados)
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