MACROFAUNA EPIFÍTICA DE MACROALGAS: BIOINDICADORA DE URBANIZAÇÃO COSTEIRA

  • Autor
  • Mattheus Norões
  • Co-autores
  • Davy Barbosa Bérgamo , Nykon Craveiro , Lucas Alves de Andrade , Édson Régis Tavares de Vasconcelos , José Souto Rosa Filho
  • Resumo
  • Os recifes costeiros possuem alta importância ecológica e econômica, servindo de substrato de estabelecimento, desenvolvimento e reprodução para diversas espécies. Esses ambientes vêm sofrendo diversas alterações, principalmente, oriundas de atividades humanas como pelo elevado nível de ocupação urbana costeira.

    A urbanização como fator proxy é responsável por inúmeros impactos nos ecossistemas recifais, particularmente por meio da contaminação química, modificações de habitats e enriquecimento orgânico. 

    A macrofauna epifítica associada às macroalgas é composta por invertebrados bentônicos, caracterizados como excelentes bioindicadores, devido a baixa ou ausente mobilidade, sensibilidade e especificidade de resposta a poluentes. Diante disso, o objetivo deste estudo foi analisar a resposta da macrofauna epifítica associada a macroalga Gelidiella acerosa frente às variações dos níveis de urbanização do litoral de Pernambuco, Brasil.

    A área de estudo consiste em recifes areníticos de seis praias do litoral pernambucano, classificadas como: Muito urbanizadas (Pina, Boa Viagem e Piedade) e pouco urbanizadas (Toquinho, Enseada dos corais  e  Carneiros).

    Para cada praia, seis amostras com biovolume de 100ml da macroalga Gelidiella acerosa (Forssk.) Feldmann & Hamel, 1934 foram coletadas entre junho e julho de 2022, totalizando 36 amostras. 20 gramas de cada amostra de macroalga foram lavados sob água corrente para separação da macrofauna. Após, foram secas e pesadas, e todos os indivíduos da macrofauna foram coletados e identificados.

    A abundância e riqueza foram calculadas. Para comparação dos dados dos descritores e comunidade, estes foram testados quanto à normalidade (teste Shapiro-Wilk) e quando normais foram feitas Análises de Variância de uma via. Por meio de matriz de similaridade Bray Curtis, foram feitas análises Permutacionais de Variância de uma via e também Análise Canônica das Coordenadas Principais. Nível de significância 5%. Os dados foram transformados por raiz quadrada.

    Ao total 22.252 indivíduos foram coletados, pertencentes aos filos: Annelida 31% Arthropoda 29%, Mollusca 19%, Platyhelminthes 14%, Cnidaria 6% e Echinodermata <1%. Entre os níveis de urbanização, não foram encontradas variações significativas de abundância (ANOVA, F: 0,1; p: > 0,05) e riqueza de espécies (ANOVA, F: 0,2; p: > 0,05), com valores médios de 618,12 ± 442,74 ind.20g-1 e 8,17 ± 4,05 táxons, respectivamente. Estes resultados refletem uma  semelhante resposta da macrofauna à oferta de substrato mesmo que em diferentes níveis de urbanização, indicando uma tolerância da macrofauna ao nível de urbanização considerado como muito urbanizado.

    Variações significativas das comunidades foram observadas entre os níveis de urbanização (PERMANOVA, pseudo-F: 6,58; p:<0.05 – Similaridade: 36%), particularmente, atreladas às variações de composição e abundância das populações. 

    O processo da urbanização modifica a macrofauna epifítica, a qual responde alterando sua composição de táxons e abundância. Os diferentes níveis de urbanização podem levar a diferentes comportamentos da macrofauna devido à tolerância de alguns táxons ao aumento de poluentes, como enriquecimento orgânico, ou a sensibilidade de outros ao tipo de impactação gerado pela urbanização. As informações aqui expostas destacam a especificidade da comunidade macrofaunal como bioindicadores de alterações ambientais e seu potencial como ferramenta de monitoramento e análise da qualidade ambiental de regiões costeiras.

     

  • Palavras-chave
  • Enriquecimento orgânico, macrobentos, recifes
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Ecologia (Invertebrados)
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