Há forças seletivas que podem selecionar padrões de coloração relacionados a evitação de predação (e.g. cripticidade) e seleção sexual (e.g. conspicuidade). A variabilidade do ambiente como dossel, incidência de luz e a coloração de fundo podem influenciar a maneira como o sinal visual, (e.g. coloração do espécime) é captado. Quando o ambiente apresenta padrões de cor de fundo e luz filtrada semelhantes ao que a espécie possui, há um favorecimento de sua camuflagem (background matching). Em contrapartida, quando não há um fundo harmônico com o padrão de coloração do espécime e a luz favorece a sinalização, o indivíduo se torna conspícuo, passando um sinal visual a potenciais parceiros. Com isso em vista, esperamos encontrar com maior frequência borboletas de coloração azulada em bordas de mata, enquanto borboletas avermelhadas serão notadas em clareiras. Utilizamos os Guias do Projeto Borboletas do Nordeste que foram feitos a partir de capturas de lepidópteros na Caatinga e Mata Atlântica para criar uma tabela. Extraímos desses guias informações dos táxons e microhabitat de captura, as imagens dos organismos foram utilizadas para descrição da coloração dorsal. O site Butterflies of America foi útil para ter acesso a mais fotos para uma melhor avaliação. Com esses dados foram criadas quatro categorias de microhabitat: mata, borda de mata, área aberta e clareira. Para a coloração definimos três categorias de comprimento de ondas: comprimento de onda curto (engloba as cores violeta e azul) comprimentos de onda médio (engloba o verde e o amarelo) e comprimentos de onda longo (engloba o laranja e o vermelho). Rodamos a tabela no programa R Studio pelo teste qui-quadrado. Nas categorias borda de mata, área aberta e mata, nenhum comprimento de onda foi mais frequente, enquanto que na faixa de comprimento de onda curto houve uma maior frequência de borboletas nas clareiras. Necessidade de forrageio e predadores podem gerar pressão para uma maior circulação destes nos microhabitats. A luz ultravioleta é importante na comunicação de parceiros e ela pode variar de acordo com o ambiente. Em conjunto com o sinal visual, o sinal químico pode complementar o sucesso na interação entre parceiros. Apesar de não termos corroborado nossas hipóteses, é possível ver que as cores azuladas (comprimentos de onda curto) são mais frequentes nas clareiras. Trabalhos futuros devem analisar outras formas de sinalização, como a sinalização química, para explicar as lacunas que esse trabalho não atingiu.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia