INTERAÇÃO ENTRE UMA ESPONJA E UMA SAMAMBAIA EM UM ECOSSISTEMA DE AREIA BRANCA SAZONALMENTE INUNDADO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

INTERAÇÃO ENTRE UMA ESPONJA E UMA SAMAMBAIA EM UM ECOSSISTEMA DE AREIA BRANCA SAZONALMENTE INUNDADO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

• Autor
• Keven dos Santos Lima
• Co-autores
• Carolina do Valle Monteiro de Sousa , Ulisses Pinheiro , Thaís Elias Almeida
• Resumo

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  Esponjas de água doce são organismos filtradores sésseis que necessitam de suporte para crescer, como rochas, galhos, folhas ou raízes de vegetação submersa, podendo crescer em diferentes substratos. São encontrados em ambientes com água doce permanente ou sazonal. A comunidade de poríferos inclui cerca de 6.805 espécies válidas conhecidas até o momento. O catálogo de poríferos brasileiros registra 61 espécies de água doce pertencentes às famílias Spongillidae, Potamolepidae e Metaniidae, caracterizadas principalmente pela presença de gêmulas. A associação de esponjas de água doce em árvores geralmente ocorre em regiões sujeitas a inundações periódicas, como os ecossistemas amazônicos campinas e campinaranas. Algumas espécies estão sujeitas a estágios sazonais de crescimento e brotamento por meio de gêmulas, sendo estruturas de hibernação, que perdem o tecido funcional, podendo regenerar o animal inteiro durante a próxima época de cheia. Já as samambaias são um grupo monofilético, irmã das plantas com sementes. Elas têm uma alternância de gerações em seu ciclo de vida, onde a fase gametofítica é de curta duração e a fase esporofítica é frequentemente dominante. As interações comuns que podem ocorrer entre uma samambaia e outro organismo são do tipo neutro ou mutualístico. Schizaeaceae é uma família de samambaias que contém dois gêneros, um deles Actinostachys Wall. com 15 espécies. Entre essas, na região amazônica, Actinostachys pennula (Sw.) Hook. é comumente encontrado em Cerrados Amazônicos, florestas de terra firme, restingas, matas ciliares e campinaranas. Aqui relatamos o primeiro registro de interação entre uma esponja de água doce, Metania kiliani Volkmer-Ribeiro & Costa, 1992 (Metaniidae) e a samambaia Actinostachys pennula (Schizaeaceae). O material está documentado em um espécime depositado em herbário, e o espécime de esponja destacado e depositado em coleção Porífera. Os espécimes foram coletados em Caracaraí, Roraima, Brasil, em área de campinarana sazonalmente alagada. No espécime, há um indivíduo de Actinostachys pennula, com sete frondes de cerca de 28 cm de comprimento. Um espécime de Metania kiliani foi observado crescendo em uma das folhas, com aproximadamente 6 cm de tamanho. Metania kiliani só havia sido registrada em sua descrição original para o Rio Cuieiras, no Estado do Amazonas, também epífita, incrustando folhas e galhos nos igarapés. Este, portanto é o segundo registro da espécie e o primeiro para o Estado de Roraima.  Deve ser ressaltado que essa associação geralmente ocorre em árvores que suportam o período de alagamento. E mesmo com as conhecidas interações entre esponjas de água doce e espécies da flora, não foi relatado, até agora, nenhuma interação entre poríferos e samambaias. Poucos estudos examinaram as adaptações morfofisiológicas das samambaias às inundações no Brasil, principalmente na Amazônia, onde áreas alagadas são comuns. A presença da colônia de esponjas Metania kiliani indica que A. pennula tem potencial para sobreviver por um longo período submerso, embora não possamos saber se as frondes são longevas e podem suportar mais de uma estação de inundação. A falta de registros anteriores dessa associação com samambaias pode indicar que se trata de uma associação ocasional ou evento raro.

• Palavras-chave
• Áreas alagadas, Campinarana, Porífera.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Ecologia Geral

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