Desenvolvimento larval de Salminus franciscanus Lima & Britski, 2007 (Characiformes, Bryconidae)

Desenvolvimento larval de Salminus franciscanus Lima & Britski, 2007 (Characiformes, Bryconidae)

• Autor
• Acacia Santos da Silva
• Co-autores
• Pedro Gargur , Gustavo Ribeiro Rosa , Marcelo Fulgêncio Guedes Brito
• Resumo

• Entre os peixes Neotropicais de água doce, Characiformes é uma das ordens mais diversa, com aproximadamente 2.300 espécies distribuídas em 24 famílias. Os Characiformes apresentam grande variedade de formas, tamanhos e hábitos alimentares. Possuem notável importância ecológica, devido a sua abundância e diversidade, além de muitos serem comercialmente importantes como alimentos e peixes ornamentais. Os Salminus são peixes da família Bryconidae de grande porte (15 a 75 cm comprimento padrão) e conta atualmente com 12 espécies válidas. O dourado S. franciscanus é um peixe endêmico da bacia do rio São Francisco e o segundo maior piscívoro da bacia. 

  As informações acerca da sua ontogenia em ambiente natural ainda representam uma grande lacuna de conhecimento, e desta forma, o presente estudo tem por objetivo descrever o desenvolvimento inicial de S. franciscanus amostrado em ambiente natural na bacia hidrográfica do rio São Francisco. As coletas de ictioplâncton foram realizadas na porção final do médio São Francisco, município de Xique-Xique (BA). Foram examinados caracteres morfológicos e morfométricos, Para as características morfológicas foram analisadas (formação da cauda, absorção do saco vitelino, formação da boca, olhos, flexão da notocorda, formação das nadadeiras) e padrão de pigmentação, sendo fotografados e ilustrados os indivíduos que melhor representaram essas características. Para as análises morfométricas foram utilizadas estruturas-chave para descrever o processo de desenvolvimento com o auxílio de ocular milimetrada acoplada ao estereomicroscópio. 

  No presente trabalho foram analisadas 29 larvas de S. franciscanus. Deste total 3 encontravam-se nos estágios de pré-flexão (9,3-9,5 mm CP), 19 flexão (7,5-10 mm CP), 4  pós-flexão (12-14 mm CP) e 3  juvenil (17-22,5 mm CP). As larvas apresentam corpo de tamanho moderado a longo (ACO entre 14,73 e 22,5%), cabeça de tamanho moderado a grande (CC entre 15 e 35%) e os olhos são pequenos nas fases iniciais (DOL < 25%) e se tornam moderados em pós-flexão e juvenil (DOL entre 23,2 e 26,8%). A boca é terminal com dentes presentes a partir do estagio de pré-flexão e a abertura anal localiza-se na região posterior do corpo. O botão da nadadeira peitoral é visível em pré-flexão e os raios da nadadeira caudal começam a surgir em flexão. Em pós-flexão é possivel observar raios nas nadadeiras dorsal, anal e caudal. É também neste estágio que ocorre o surgimento do botão na nadadeira pélvica. Possuem de 40 a 48 miômeros.

  A pigmentação nas larvas de peixes é uma característica taxonômica importante e favorece a sobrevivência das espécies, os Salminus geralmente são pouco pigmentadas no início da fase larval. Isso dificulta a identificação por predadores visualmente orientados, aumentando as chances de sobrevivência. Essa escassa pigmentação pode estar associada às características comportamentais. A identificação taxonômica de larvas em estágios iniciais é uma atividade complexa. Portanto, as informações geradas no presente estudo sobre o desenvolvimento inicial de S. franciscanus em ambiente natural fornecerão importante base para a identificação de larvas da espécie, bem como subsídios para o entendimento da comunidade íctica e a determinação de áreas e períodos de desova. 

• Palavras-chave
• Rio São Francisco, ontogênese, Dourado, ictioplâncton e morfometria.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Taxonomia (Vertebrados)

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