PERCEPÇÃO ECOLÓGICA E COMPORTAMENTO DE MERGULHADORES RECREATIVOS EM NAUFRÁGIOS

PERCEPÇÃO ECOLÓGICA E COMPORTAMENTO DE MERGULHADORES RECREATIVOS EM NAUFRÁGIOS

• Autor
• Alana Thaís Teixeira da Silva Leitão
• Co-autores
• Ana Raquel Cavalcante de Souza , Bruna Martins Bezerra
• Resumo

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  O ecoturismo, como o mergulho recreativo subaquático, vem se tornando uma importante atividade econômica, sendo um setor importante para a indústria de turismo, surgindo como uma possibilidade de turismo consciente de forma que não prejudique os recursos naturais e o meio ambiente. Este estudo visou avaliar a percepção dos turistas que praticam mergulho recreativo em naufrágios de Pernambuco com relação à vida marinha e ao ambiente. Os dados foram obtidos através de questionários online, enviados para mergulhadores recreativos, entre novembro de 2022 e abril de 2023. Obtivemos 61 respostas de mergulhadores, com idade entre 31 e 40 anos. sobre qual o último naufrágio visitado (entre 2019 e 2023), obtivemos registros de 18 naufrágios diferentes. No entanto, os naufrágios mais visitados foram o Taurus e Virgo. a maioria disse que seu naufrágio preferido é o Pirapama, Vapor Bahia, Taurus e Virgo. Quanto aos animais mais avistados pelos mergulhadores nos naufrágios, houve mais relato da megafauna como tubarões, tartarugas, raias e moreias. Nesta pesquisa, foram registrados 36 tipos de animais diferentes nas áreas dos naufrágios de Pernambuco. Foi observado que há um menor contato com a fauna e que eles observam mais a megafauna, inclusive foram avistados animais invasores em algumas das respostas, como o coral sol e o peixe leão. Sobre a interação com os animais foi notado que a maioria dos mergulhadores apenas observaram e fotografaram os animais. Quando questionados se fizeram algum gesto para atrair os animais, 78,7% dos entrevistados responderam que “nunca”. Provavelmente esse baixo número de registro de gestos para atrair os animais se dá pelas instruções oferecidas aos clientes antes do mergulho pelas operadoras. Essas instruções usualmente focam em como o mergulhador recreativo deve se comportar em relação aos animais e ao ambiente. Sobre as tartarugas marinhas, a maioria dos mergulhadores afirmam que já observaram uma tartaruga durante seu mergulho, apenas quatro pessoas disseram que não observaram nenhuma. Entre as espécies, a mais observada estavam a Chelonia mydas (75,4%), seguida de Eretmochelys imbricata (62,3%), Caretta caretta (45,9%), Lepidochelys olivacea (19,7%), e Dermochelys coriacea (apenas 1,6%). A maioria das pessoas responderam que encontram tartarugas com até 90cm de tamanho, sugerindo que sejam são indivíduos adultos. Em relação ao sexo dos espécimes, a maioria não soube identificar (68,9%), mas entre os que souberam identificar (N= 11), 16,4% responderam macho. Os comportamentos mais observados foram descanso, seguido de deslocamento/natação, alimentação, auto-limpeza, fuga e reprodução. Esse padrão comportamental é semelhante aos comportamentos já observados em um estudo na área. Para uma melhor avaliação dos impactos da prática de mergulho seria importante a colaboração e envolvimento de mais empresas que atuam na região. Isso permitiria entender com mais clareza como está sendo a prática desse esporte e se o mesmo pode ser considerado como turismo sustentável. Esse envolvimento das operadoras de mergulho pode ajudar a alinhar o que está em desacordo com a normatização vigente para que o ambiente não esgote a sua capacidade de suporte e a atividade possa ser exercida de maneira sustentável.

• Palavras-chave
• Etnobiologia, Biodiversidade, Conservação
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Etnozoologia

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