DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO ICTIOPLÂNCTON NO MÉDIO SÃO FRANCISCO (BA)

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO ICTIOPLÂNCTON NO MÉDIO SÃO FRANCISCO (BA)

• Autor
• Polyana dos Santos Marques
• Co-autores
• Lécia Maria da Silva Morais , Jackeline Oliveira da Silva , Acácia Santos da Silva , Victor Garcia Sales dos Santos , Gustavo Ribeiro Rosa , Marcelo Fulgêncio Guedes Brito
• Resumo

• Estudos acerca da distribuição espacial do ictioplâncton são de extrema relevância para o monitoramento de estoques pesqueiros através da identificação de áreas reprodutivas, de deriva e de crescimento. Assim, o presente trabalho teve como objetivo comparar a distribuição espacial do ictioplâncton na calha principal do trecho médio do rio São Francisco e no canal de acesso à uma lagoa marginal. As amostragens ocorreram no município de Xique-Xique (BA), em dois pontos no canal principal do rio (R1, R2) e um terceiro no canal de acesso que conecta a calha principal do rio São Francisco à lagoa Ipueira (L1). As campanhas foram realizadas à noite com periodicidade semanal entre os meses de novembro/2019 a março/2020. Os ovos e as larvas foram classificados de acordo com a fase de desenvolvimento. Adicionalmente, as larvas foram classificadas em níveis taxonômicos de acordo com a literatura específica. As densidades de ovos e larvas foram calculadas e correlacionadas com os fatores ambientais.

  Foi coletado um total de 952 ovos e 3.165 larvas, com maior representatividade no ponto R1 (n= 414 ovos; n= 1173 larvas), sendo o estágio embrionário de clivagem o mais representativo (n= 444), significando uma proximidade ao local de desova. Quanto às larvas, a maioria dos indivíduos estava em fase de pré-flexão (n= 2129), indicando que a área amostrada é uma importante rota de deriva do ictioplâncton. Houve predomínio de larvas das ordens Characiformes (2.427 larvas) e Siluriformes (411) que relaciona-se a essas ordens incluirem a maioria das espécies migradoras da bacia que dependem da dispersão da prole por deriva. A densidade de ovos e larvas não apresentou diferença significativa entre as localidades (KW = 2,74, p = 0,25; KW = 2,38, p = 0,35 respectivamente), mas parcela significativa do quantitativo alcançou o canal que leva à lagoa marginal, local com condições para que as larvas completem o seu desenvolvimento. Os fatores ambientais mostraram íntima relação com o ictioplâncton, resultando em uma correlação positiva para densidade de larvas e vazão (0,40; p<0,05), e densidade de ovos (0,36; p< 0,05) e larvas (0,35; p< 0,05) com a cota do rio, corroborando com estudos envolvendo a reprodução de peixes do São Francisco, que mostram a associação dos picos de vazão e elevação do rio com as maiores densidade de ictioplâncton.

   

  A densidade de ovos e larvas nos pontos de coleta (R1, R2 e L1) atesta para a importância da área para a deriva e dispersão do ictioplâncton. Tanto a calha principal do rio quanto o canal de acesso à lagoa Ipueira demonstraram compor um importante papel na rota reprodutiva dos peixes deste trecho da bacia do rio São Francisco. Além disso, a presença de parcela representativa de ovos e larvas entrando na lagoa a partir do canal, evidencia a importância desses sistemas marginais para o recrutamento das espécies, já que esses ambientes, caracterizados por possuírem condições de berçário para as formas mais jovens, são essenciais para o desenvolvimento.

• Palavras-chave
• Desenvolvimento larval, embriogênese, peixes migradores, reprodução.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Ecologia (Vertebrados)

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