O gênero Lysmata, tornou-se extremamente popular entre os aquaristas, principalmente pelas suas características comportamentais e morfológicas. Entretanto, o cultivo desse gênero têm sido um gargalo, isso porque seu desenvolvimento, além de apresentar estágios larvais de longa duração, também podem apresentar uma alta mortalidade. Deste modo, existe uma grande necessidade de desenvolvimento de sistemas de cultivo que forneça a menor manipulação possível das larvas, pois diminuem o estresse e consequentemente aumentam as chances de sobrevivência larval. Assim, o objetivo do presente trabalho foi desenvolver um novo sistema experimental de larvicultura e comparar ao sistema de cultivo convencional usando como modelo a espécie Lysmata ankeri. O modelo utilizado neste experimento foi o “planktonkreisel”, que possui como principal característica manutenção das larvas e alimentos em suspensão apenas pelo movimento de ressurgência, mas com algumas modificações ao sistema vertical para deixá-lo mais simples e acessível, incluindo ajustes na vazão e direção, baixo consumo de energia e a utilização de um recipiente de vidro para maior visibilidade. Além disso, o modelo proposto é de fácil construção e de baixo custo, sendo constituído por uma caixa de vidro e um cilindro de policloreto de vinil (PVC), que pode ser conectado em série aos sistemas recirculantes modernos. Para comparação da eficiência entre os sistemas, 60 larvas foram colocadas em cada tanque de cultivo, com a mesma densidade de estocagem larval. Ambos os sistemas utilizados foram eficientes na larvicultura de L. ankeri de forma que nos dois sistemas, as larvas completam seu desenvolvimento, alcançando a fase juvenil (pós-metamorfose). Apesar de verificarmos uma alta taxa de sobrevivência durante os estádios larvais para ambos os sistemas, uma grande mortalidade ocorreu durante a metamorfose para a fase juvenil. Os eventos de muda foram acompanhados diariamente durante 29 dias consecutivos (até todas as larvas terem completado a metamorfose ou morrerem). Após o término do período de metamorfose, apenas 37,22 e 28,33% (para o sistema experimental e o sistema tradicional, respectivamente) atingiram a fase juvenil. Embora não tenha sido verificada diferenças significativas entre os sistemas, o fato de os tanques de cultivo adotados serem de vidros foi um fator importante durante a larvicultura, por permitir a visualização das larvas e facilitar a manutenção diária. Diante dos resultados obtidos, ambos os sistemas foram eficazes, apesar dos padrões distintos de circulação de água, indicando o modelo experimental, como uma alternativa viável para a larvicultura de crustáceos decápodos. Apesar disso, uma baixa taxa de metamorfose para fase juvenil foi observada em ambos os sistemas, sendo necessárias futuras investigações que possam explorar mais profundamente os fatores que influenciam a metamorfose, como por exemplo, a eficiência da dieta aplicada durante a larvicultura e buscar estratégias para melhorar a taxa de sobrevivência durante esse estágio crucial do desenvolvimento.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia