ASPECTOS DA PESCA ARTESANAL E STATUS DE CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS FAUNÍSTICOS CAPTURADOS EM UMA ÁREA MARINHA PROTEGIDA NO NORDESTE DO BRASIL

  • Autor
  • Breno Carvalho da Silva
  • Co-autores
  • Marquênia Sinara Lima da Silva , João Hemerson de Sousa , Evaldo de Lira Azevedo , Joseline Molozzi
  • Resumo
  •  

    O Brasil possui uma das maiores áreas costeiras do mundo e apresenta a pesca artesanal como uma das suas principais atividades de extração de recursos marinhos, a qual possibilita fonte de emprego e alimento para inúmeras comunidades locais. Entretanto, quando praticada sem critérios, esta atividade pode causar redução nas populações de pescado, alterando a composição das comunidades ecológicas e ocasionando a extinção de espécies. Assim, propostas de manejo que contemplem o envolvimento comunitário de populações tradicionais, abarcados na exploração dos recursos naturais, têm sido consideradas como eficazes na conservação e manejo desses recursos. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo avaliar as artes de pesca, os recursos faunísticos, e status de conservação das espécies capturadas na Área de Proteção Ambiental (APA) Naufrágio Queimado, estado da Paraíba, como subsídio para o desenvolvimento posterior de planos de manejo e sustentabilidade dos recursos. A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas com pescadores artesanais maiores de 18 anos, que realizam a atividade de pesca artesanal na Área de Proteção Ambiental (APA) Naufrágio Queimado, localizada na plataforma continental da Paraíba. Para isso, foram utilizados instrumentos etnográficos: diário de campo e formulários semiestruturados, com aplicação do método de amostragem snowball. Foram entrevistados 41 pescadores artesanais (n = 41) com idade entre 19 e 69 anos (média: 47; ±13,8). A linha de mão se destacou como a arte de pesca mais utilizada pelos pescadores na APA (33%; n = 36). A captura acidental e/ou intencional de tartarugas e tubarões representou 26% (n = 28, ambos) de captura entre os animais não alvos da atividade. Além disso, foram registradas 42 etnoespécies, 45 espécies, 10 Ordens e 24 Famílias de recursos pesqueiros. O Mero Epinephelus itajara foi a única espécie classificada como Criticamente em Perigo (CR), tanto pela Plataforma SALVE (2,2%; n = 1), quanto pela Lista Vermelha da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) (2,2%; n = 1) e pela Lista Oficial da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, do Ministério de Meio Ambiente (MMA) (2,2%; n = 1). Além disso, a Raia Hypanus marianae também foi a única espécie avaliada como Em perigo (EN) pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) (2,2%; n = 1). Portanto, o manejo participativo tem se mostrado uma ferramenta essencial para o enfrentamento das questões sobre gestão e uso de recursos pesqueiro, possibilitando a redução de custos relacionados ao gerenciamento da atividade, o cumprimento de regras estabelecidas para o desenvolvimento da mesma e maior participação dos pescadores. Com o desenvolvimento deste trabalho foram identificadas as principais artes de pesca e espécies locais capturadas na APA, assim como o status de conservação desses recursos pesqueiros, o que evidenciou espécies que sofrem ameaça de extinção. Adicionalmente, os resultados da pesquisa fornecem informações importantes para contribuição em futuros planos de manejo da APA, sobretudo, no que concerne o manejo participativo, visando medidas de melhorias na qualidade de vida dos pescadores locais e na proteção da biodiversidade.uequeiroa

  • Palavras-chave
  • Etnoconhecimento, Pescadores artesanais, Recursos pesqueiros
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Etnozoologia
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