LEVANTAMENTO DA FAUNA DE MOLUSCOS EM RESERVATÓRIOS INTEGRANTES DA BACIA DO RIO PAJEÚ, PERNAMBUCO

  • Autor
  • João Hemerson de Sousa
  • Co-autores
  • Breno Carvalho da Silva , Bruno Giovanni Rodrigues Filgueira Galdino , Daniele Jovem-Azevêdo
  • Resumo
  •  

    Entender a dinâmica de moluscos em ecossistemas de água doce é pertinente, sobretudo porque o grupo tem um papel chave em processos ecológicos. O objetivo geral deste trabalho foi descrever a fauna de moluscos e sua distribuição espacial em reservatórios que compõe o baixo curso da bacia hidrográfica do rio Pajeú, estado de Pernambuco. O estudo ocorreu em quatro reservatórios do baixo curso do rio Pajeú: Serrinha II, Cachoeira II, Jazigo e Barra do Juá (ecossistema receptor das águas do São Francisco no eixo Leste), durante o período de estiagem (junho/2022) da região. Nos reservatórios, foram amostrados 15 pontos na região litorânea, utilizando draga de Ekman-Birge (225cm²). Em laboratório, o material foi triado e conservado com álcool 70%. Os espécimes foram identificados e, posteriormente, foram confirmadas e inclusas no acervo do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP). A malacofauna foi representada por 1312 indivíduos, classificados em seis famílias: Ampullariidae, Cochliopidae, Planorbidae e Thiaridae (classe Gastropoda), Cyrenidae e Sphaeriidae (classe Bilvalvia). A espécie não nativa Melanoides tuberculata (O. F. Müller, 1774) (Thiaridae) foi a mais abundante (n = 1145; 87,27%). Entre os reservatórios, Cachoeira II foi aquele com o maior número de moluscos (n = 793; 60,44%). A abundância dos moluscos coletados está relacionada principalmente a ocorrência de M. tuberculata, espécie que foi dominante em todos os reservatórios estudados. O maior número registrado de M. tuberculada ocorreu no reservatório Cachoeira II (n = 718; 62,71%). Considerando a riqueza de espécies entre os ambientes, o reservatório Barra do Juá apresentou o maior número (seis taxa). O genêro Pisidium (C. Pfeiffer, 1821) e a espécie não nativa Corbicula largillierti (R. A. Philippi, 1844) foi exclusivo do Barra do Juá. Além disso, a espécie Littoridina inconspicua (Haas, 1938) foi exclusiva do reservatório Cachoeira II e o genêro Biomphalaria (Preston, 1910) esteve presente apenas em Serrinha II. Nosso conjunto de dados mostra que M. tuberculata foi dominante nos ambientes amostrados. A referida espécie é considerada o molusco invasor mais amplamente disseminado no território brasileiro. A espécie possui altas taxas reprodutivas, bem como apresenta ampla resistência à dessecação, o que lhe permite sobreviver por longos períodos em estivação. Essas informações evidenciam a alta capacidade invasiva da espécie. O registro de C. largillierti é o primeiro para a bacia do rio Pajeú. Tal registro alerta para o potencial de invasão da espécie na bacia hidrográfica, tendo em vista ser outro invasor com amplo potencial adaptativo à diversas condições ambientais, além de estratégias reprodutivas eficientes, fatores que conferem altas densidades populacionais em pouco tempo. Os reservatórios, apesar dos inúmeros benefícios, podem representar ecossistemas mais vulneráveis à invasão. Assim, estudos sobre a composição da malacofauna, além de auxiliar no preenchimento de lacunas acerca da biodiversidade do grupo, amplia a possibilidade de avaliar a presença de espécies não nativas. Adicionalmente, reúnem informações que podem ser incluídas em planos de manejo que incluam medidas de vigilância e contenção das espécies invasoras, visando a conservação da fauna nativa e dos ecossistemas aquáticos.

     

  • Palavras-chave
  • Espécies invasoras, Inventário, Mollusca, Reservtório, Semiárido
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Ecologia (Invertebrados)
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