NOVO REGISTRO DE Parabopyrella richardsonae (ISOPODA: BOPYRIDAE) PARASITANDO CAMARÕES-DE-ESTALO EM PLANÍCIE DE MANGUE EM SUAPE - PE

NOVO REGISTRO DE Parabopyrella richardsonae (ISOPODA: BOPYRIDAE) PARASITANDO CAMARÕES-DE-ESTALO EM PLANÍCIE DE MANGUE EM SUAPE - PE

• Autor
• Emanuelly Pauliny Modesto
• Co-autores
• Felipe Bezerra Ribeiro , Jesser Fidelis de Souza Filho
• Resumo

• Bopirídeos (Isopoda: Epicaridea: Bopyridae) são parasitos obrigatórios e exclusivos de decápodos. Três das nove subfamílias dentro de Bopyridae são parasitas exclusivos dos camarões carídeos, especialmente da família Alpheidae Rafinesque, 1815: Argeiinae Markham, 1977, Bopyrinae Rafinesque, 1815 e Hemiarthrinae Markham, 1972. Os estudos taxonômicos sobre isópodes epicarídeos (Bopyroidea e Cryptoniscoidea) no Brasil são ainda escassos, sendo registradas 37 espécies no país, com 18 delas sendo endêmicas. Diante disso, a investigação da ocorrência de infestações em Alpheidae se faz necessária, bem como a identificação de quais parasitas estão envolvidos. O material foi coletado em duas etapas, a primeira foi coletada em 2018 e a segunda entre os anos de 2020-2023, ambas em planícies de maré de Suape - Pernambuco. No total foram coletados 1.132 espécimes de A. estuariensis e 353 espécimes de S. carvachoi. Para a identificação dos parasitos, foram dissecadas estruturas da cabeça, péreon e pléon das fêmeas e em alguns exemplares foi utilizado negro de clorazol diluído em álcool 70% para melhor observar as estruturas dissecadas e a morfologia corporal. O material está depositado na coleção de Crustacea do Museu de Oceanografia Prof. Petrônio Alves Coelho da Universidade Federal de Pernambuco (MOUFPE), Brasil e na Coleção de Crustáceos do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (CCDB) da Universidade de São Paulo. Foram examinados 11 fêmeas e 6 machos parasitas. As fêmeas apresentavam as seguintes características: corpo suboval, olhos ausentes, cabeça profundamente fusionada com o 1º pereômero, lâmina frontal curta e sem projeções; 1º oostegito tão longo quanto largo e com adornos serrilhados; bolsa de ovos amplamente aberta; placas coxais presentes do 1º ao 4º pereômero; pereiópodos com mesmo tamanho com detalhes no carpo e mero; no lado mais curto do pléon com margens pontiagudas e o lado mais longo com margens retangulares e pleotelson bem largo e semicircular. O material analisado se encaixa com os caracteres da fêmea presente na literatura disponível, sendo classificado como Parabopyrella richarsonae. Esse registro não condiz exatamente com as características biológicas dos bopirídeos, que possuem alta especificidade na escolha do hospedeiro, não ocorrendo geralmente em gêneros diferentes de camarão. Neste caso, porém, a espécie S. carvachoi é simbiótica do A. estuariensis, uma vez que habitam as galerias construídas pelo Alpheidae na lama do mangue. Assim, acreditamos que P. richardisonae se beneficie com maior número de hospedeiros definitivos disponíveis no ambiente. Este trabalho amplia a riqueza específica de Bopyridae para o Brasil, além de aumentar a distribuição deste grupo de parasitas e apresentar uma maior diversidade de hospedeiros.

• Palavras-chave
• Alpheus, Bopirídeos, Ocorrência
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Taxonomia (Invertebrados)

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