Erioscelis emarginata é uma espécie de besouro da tribo Cyclocephalini, que poliniza diversas espécies de Araceae. Recentemente seu status taxonômico tem sido questionado diante da aparente variedade de forma dos espécimes, avaliada por meio da morfometria geométrica do pronoto e élitros. De acordo com a literatura, os machos diferem das fêmeas por apresentar uma maior densidade da pontuação subapical do pigídeo, bem como uma dupla emarginação do sexto esternito; porém, observações indicaram haver mais variações entre os sexos destes besouros, em especial em suas protíbias. Por isso, esse estudo teve como objetivo avaliar diversos caracteres e formas de E. emarginata que variam entre machos e fêmeas. Foram avaliados 57 exemplares de E. emarginata coletados em Brasília. Fotos (n = 53) da protíbia esquerda foram obtidas por câmera Axiocam 105 color, acoplada ao estereomicroscópio Leica MZ6. Foram digitalizados 17 marcos e semi-marcos utilizando-se o programa TPSdig2 v. 2.32 e estes foram sujeitos a um Alinhamento Generalizado de Procrustes para reorientá-los no mesmo tamanho e posição. Os dados obtidos foram inseridos no MorphoJ v. 1.07 e analisados através do uso de APC e ANOVA de Procrustes. Os mesmos exemplares tiveram suas medidas de seu comprimento total (clípeo-élitro), largura do pronoto (n = 57) e comprimento da margem interna da protíbia (n = 53) obtidas por meio de estereomicroscópio Leica MZ6. As medidas foram analisadas por meio de Testes-T unicaudais. Foi encontrada uma clara diferença da forma das protíbias entre os sexos de E. emarginata (P < 0,0001). A partir das análises realizadas, foi possível confirmar que E. emarginata pode ser separado quanto ao sexo de acordo com a forma de sua protíbia (P < 0,0001), havendo a presença de um terceiro dente apenas na protíbia da fêmea. Essa descoberta vai de encontro à descrição original da espécie, que indicaria a existência de apenas dois dentes protibiais, mas condiz com as demais espécies congêneres com três dentes protíbias em ambos sexos. O dimorfismo sexual também pôde ser observado no tamanho dos espécimes, com machos mais longos que as fêmeas e com protíbias maiores. Por fim, é preciso salientar que, apesar da forma das protíbias ter permitido a clara diferenciação entre machos e fêmeas de E. emarginata, foi observado um grande desgaste nesta estrutura destes besouros, provavelmente por se tratar de uma espécie habitante do solo. O uso de protíbias desgastadas para estudos de suas formas pode gerar erros conceituais no trabalho, de forma que futuros estudos que realizem morfometria geométrica com protíbias de insetos que habitem o solo devem ter cautela com a seleção de indivíduos a serem analisados.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia