Os enclaves de florestas úmidas na Caatinga são isoladas em montanhas no Sertão, remanescentes de uma floresta que cobria todo o nordeste do Brasil e conectava a Amazônia e a Mata Atlântica. Mudanças climáticas do passado reduziram estas florestas à “ilhas” de matas nas montanha. Ao longo dos milhões de anos novas espécies podem ter surgido porque os organismos que vivem nestas “ilhas” ficaram isolados, reproduzindo apenas com os vizinhos. É possível que existam espécies que ocorrem em um único enclave de florestas úmidas. Por estarem localizados nas cabeceiras, os enclaves desempenham papel importante na manutenção da água. Mas estas florestas estão sendo destruídas e para que sejam protegidas é importante entender como os organismos chegaram lá e evoluiram. A partir de análises de DNA, de sangue e de clima será possível conhecer a idade das aves, onde elas se originaram e como elas evoluíram com outros organismos, como os parasitas. Nosso projeto de pesquisa tem como objetivo testar o efeito da umidade e estrutura florestal na prevalência de hemoparasitismo nas aves que habitam nesse bioma, através de diagnósticos morfológicos e moleculares. Foram amostradas 4 áreas de enclaves de florestas úmidas, onde coletamos mais de 222 amostras de esfregaço sanguíneo, sangue e fígado. Até o momento, analisamos 180 amostras, pôde-se confirmar que em três das quantro áreas coletadas apresentaram prevalência de hemoparasitismo. Em uma destas áreas diagnosticamos morfologicamente Trypanosoma sp. em duas diferentes espécies de aves o que foi um resultado surpreendente, visto que pode se tratar de uma primeira ocorrência deste hemoparasito nesta área e até no Brasil. Para uma melhor compreensão deste parasita, estamos realizando a caracterização molecular e sequenciamento de DNA, para assim, podermos investigar os impactos e a relação entre parasita/ospedeiro e poder testar se a umidade e a estrutura florestal influenciaram na infecção por este hemoparasito. As outras duas áreas que apresentaram prevalência, foram diagnosticadas molecularmente através do PCR (reação em cadeia da polimerase) ainda não sabemos qual hemoparasito se trata estas amostras positivas, novos estudos e análisess estão sendo realizados para que tenhamos uma compreensão de que quais espécies de parasitas foram diagnosticados.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia