O dimorfismo sexual (DS) é comum em animais, sendo a maioria das espécies dimórficas. O DS pode ser influenciado pela competição por parceiros, seleção de fecundidade e diferenças intersexuais nos hábitos de vida entre os sexos. O DS pode ser visto em diferentes traços fenotípicos, como morfologia, tamanho e coloração. O DS é comum é lagartos, com os machos e fêmeas diferindo para essas características do fenótipo. No gênero Tropidurus é comum encontrar o DS na coloração, com os machos tendo uma mancha na região ventral das patas traseiras. Tropidurus cocorobensis é uma espécie psamófila endêmica da Caatinga, e T. semitaeniatus é uma espécie saxícola, também amplamente distribuída na Caatinga. Dentro do gênero Tropidurus já foi encontrado DS no comprimento rostro-cloacal e algumas variáveis morfológicas, além do já comumente visto na coloração. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi verificar a existência de dimorfismo sexual morfológico em T. cocorobensis e T. semitaeniatus uma região do Nordeste brasileiro. Foram analisados ao todo 85 indivíduos de T. cocorobensis e 68 de T. semitaeniatus do Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco. Ao todo foram mensuradas quatro medidas lineares com auxílio de um paquímetro digital de 0,1 mm: comprimento rostro-cloacal (CRC), comprimento da cabeça (CC), largura da cabeça (LC) e altura da cabeça (AC). Os dados foram analisados através da Análise de Covariância (ANCOVA) com o CRC como covariável independente, as outras variáveis da cabeça como dependentes, e sexo como variável categórica. Os resultados evidenciaram que quanto maior o CRC, maiores as medidas da cabeça, mostrando uma relação significativa entre essas variáveis em ambas as espécies. O dimorfismo sexual foi evidenciado para todas as medidas analisada em ambas as espécies, com os machos sendo significativamente maiores que as fêmeas. A relação do CRC com o sexo nas variáveis dependentes mostrou um resultado diferente para as duas espécies. Em T. cocorobensis a relação entre o CRC e a LC e AC variam conforme o sexo, sendo o aumento das variáveis dependentes maiores nos machos do que nas fêmeas. Em T. semitaeniatus não houve nenhuma relação entre o CRC e as medidas da cabeça em relação ao sexo, mostrando que mesmo com dimorfismo sexual evidente, as variáveis da cabeça seguem um mesmo padrão de crescimento de acordo com o CRC. Assim, foi possível constatar que existe dimorfismo sexual em ambas as espécies analisadas, com os machos sendo maiores que as fêmeas, e isso pode ser resultado da seleção sexual em conjunto com o hábito dominante e territorialista já discutido dentro do gênero Tropidurus. Perspectivas futuras são incluir análises de morfometria geométrica para complementar as observações encontradas na morfometria linear até o momento.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia