A entomologia forense é um campo científico vital na solução de crimes, pois emprega a análise de insetos para determinar o tempo e o local da morte. Nesse contexto, um estudo foi realizado em Vitória da Conquista, Bahia, com foco na diversidade de insetos necrófagos durante o inverno semiárido. O estudo foi conduzido na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e utilizou carcaças de porcos como modelos de decomposição humana. A carcaça, proveniente de um frigorífico local, foi posicionada em uma gaiola de ferro com uma bandeja contendo maravalha de madeira para facilitar a coleta dos insetos que caíssem do corpo. A fase de decomposição foi dividida em fresca, inchamento, deterioração e resto, com uma observação diária do processo. Além disso, a interferência de urubus e carcarás acelerou a decomposição, levando à transição rápida entre as fases. A coleta sistemática de insetos adultos foi realizada por meio de redes e pinças entomológicas, com os insetos imediatamente preservados em etanol 96% para posterior identificação. As ordens de insetos coletadas incluíram Diptera, Coleoptera, Blattaria, Hemiptera e Hymenoptera, demonstrando uma diversidade maior do que a esperada. A análise revelou que a sucessão de insetos necrófagos não seguiu os padrões tradicionais devido à presença precoce de várias ordens, nas fases iniciais de colonização. Um aspecto interessante foi a influência de urubus (Coragyps atratus) e carcarás (Caracara plancus) na decomposição da carcaça. Sua presença acelerou o processo, pulando do estágio de deterioração para o de resto em três dias. Essa interferência acidental enriqueceu o estudo, pois refletiu a realidade das interações entre cadáveres e outros animais em cenas de crime reais. Esse cenário mais próximo da natureza proporcionou uma visão mais completa dos ecossistemas de decomposição. Em resumo, o estudo destacou a importância da entomologia forense na resolução de crimes em Vitória da Conquista, Bahia. A observação de carcaças de porcos como modelos de decomposição humana revelou a complexidade da sucessão de insetos necrófagos, desafiando as suposições prévias sobre a ordem de colonização. A interferência de urubus e carcarás adicionou uma dimensão realista ao estudo, enfatizando a relevância de considerar interações entre espécies em investigações forenses.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia