O projeto de extensão A Vida em Uma Gota D’água visou estimular o senso de investigação de estudantes do ensino fundamental acerca da vida microscópica no contexto da Estação Ecológica de Tapacurá, enfatizando a comunidade zooplanctônica e seus serviços ecossistêmicos. O objetivo desse trabalho é relatar uma experiência extensionista de atividades vinculadas às escolas e comunidade, a partir de estudos educacionais da área da zoologia, e o entendimento da diversidade de invertebrados aquáticos, com ênfase nos microcrustáceos. A ação foi realizada com estudantes do 7º e 8º anos das escolas públicas municipais João Cavalcanti Ferraz Filho e Julio Carneiro da Silva, localizadas no município de Chã de Alegria, situada na Zona da Mata Norte pernambucana. A ação aconteceu na Estação Ecológica de Tapacurá, pertencente à UFRPE, durante um período de três dias, entre 18 e 20 de outubro de 2022. Nas atividades, utilizou-se estratégias conceituais associadas à interdisciplinaridade com modelos didáticos lúdicos e dinâmicas com partes práticas. Os equipamentos ópticos disponibilizados foram microscópios/lupas digitais USB, com tela acoplada, possibilitando a visualização das amostras planctônicas. O material didático foi disponibilizado de forma acessível aos estudantes, facilitando a aprendizagem, como infográficos em banners e jogos lúdicos. A turma foi dividida em 6 grupos, passando por 3 subestações do projeto A Vida em Uma Gota D’água: apresentação conceitual, experimentação visual/prática, e reflexão/impactos. As metodologias interativas adotadas tornaram a ação participativa e atrativa para o público-alvo, sendo constatadas algumas particularidades em cada uma das três subestações. Inicialmente, foi observada uma dificuldade por parte dos estudantes em compreender o conceito de plâncton. Tendo isso em mente, as atividades realizadas na ação possibilitaram maior sensibilidade por parte dos estudantes, quando entenderam a problematização do ciclo de vida dos organismos planctônicos envolvidos no ecossistema em que vivem. Por ser a primeira vez que entraram em contato com organismos planctônicos, como o cladócero, os estudantes demonstraram muito interesse durante a explicação da migração vertical. Eles foram capazes de formular teorias a respeito do porquê o zooplâncton migra em direção a fontes de luz. Grande parcela da comunidade zooplanctônica é composta por microcrustáceos e rotíferos que coexistem na coluna d‘água, exercendo serviços ecossistêmicos como a ciclagem de nutrientes e transferência de energia. Ao descobrirem que esses organismos desempenham o papel de bioindicadores/agentes de limpeza da água, os adolescentes se surpreenderam bastante. Nestas ocasiões, os estudantes puderam perceber a importância indireta dos microcrustáceos em suas vidas, dado que os hábitos alimentares e a ciclagem da matéria resultam em economia para a população e para empresas de tratamento de água. Nas experimentações práticas, houve um maior nível de envolvimento e entusiasmo por parte dos alunos, sobretudo ao se depararem com o microscópio/lupa digital, os quais ajudaram os alunos a entenderem melhor os conteúdos abordados, aguçando mais o desejo de aprender. Portanto, observado o rendimento dos alunos nas dinâmicas realizadas, é evidente que as ferramentas utilizadas permitiram a compreensão do que foi proposto, motivando pesquisas e discussões extensionistas relacionadas a questões socioambientais vinculadas a área da zoologia.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia