Animais ectotérmicos constituem a maior parte da biodiversidade terrestre e são particularmente sensíveis às variações da temperatura, uma vez que suas funções fisiológicas básicas são fortemente influenciadas pela temperatura do ambiente. Os anfíbios são considerados um dos grupos de animais mais sensíveis às mudanças climáticas, uma vez que suas funções fisiológicas básicas são fortemente influenciadas pela temperatura do ambiente. Com isso, este trabalho tem como objetivo determinar a tolerância térmica máxima de Boana crepitans em sua fase larval e avaliar a sua vulnerabilidade ao aquecimento global. Os girinos foram coletados com o auxílio de uma peneira e acondicionados em um recipiente com água do ambiente. Em seguida, foram acomodados em bandejas e aclimatados por um período de 48 horas em temperatura de 25°C, fotoperíodo natural e comida à vontade. Após a aclimatação, foram submetidos ao experimento para determinar a temperatura crítica máxima (CTmax). Para o ensaio experimental os indivíduos foram acondicionados individualmente num copo plástico de 500ml com água declorada e colocados em um sistema de “banho maria” para aquecimento. A temperatura inicial do experimento foi igual a utilizada para de aclimatação e o aquecimento foi mantido a uma taxa de 0,05°C min-1. O final do experimento foi determinado quando o girino deixou de apresentar resposta motora após estímulo (três toques com um palito de madeira). Nesse momento, foi aferida a temperatura da água do copo, e essa considerada como a CTmax. O girino de B. crepitans apresentou um limite térmico máximo de 40,6°C (A= 42,5 - 38; DP = 1,46; N= 36). Foi possível observar que ao avaliar a vulnerabilidade ao aquecimento o girino de B. crepitans apresentou limite térmico máximo de 40,6°C, e o ambiente apresentou temperatura máxima de 31,8°C, ou seja, a CTmax média desta espécie é 8,8ºC maior que a maior temperatura máxima registrada no ambiente. Então, atualmente, a larva de B. crepitans não experimenta temperaturas próximas a sua CTMax, indicando não haver risco de letalidade no cenário atual. Contudo, no cenário futuro, essas larvas podem ser expostas a temperaturas próximas a CTmax, o que pode levá-las a experimentar condições de estresse, aumentando assim a sua vulnerabilidade ao aquecimento global.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia