Determinado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos (EPA, 2014), o fenantreno é um hidrocarboneto policíclico aromático (HPA) prioritário no que se refere ao monitoramento ambiental e poluentes na atualidade. Caso presente em ambientes aquáticos, o fenantreno pode sedimentar e causar efeitos deletérios nas comunidades bentônicas, inclusive a meiofaunística, associada ao fundo e sensível à contaminantes. Logo, o objetivo do estudo foi analisar os efeitos desse poluente na meiofauna marinha, bem como a riqueza, abundância e equitabilidade desses organismos mediante à exposição ao HPA em diversas concentrações por período de tempo determinado. Dessa forma, durante trinta dias de exposição, a meiofauna foi submetida a três concentrações de fenantreno (0,1; 1 e 10µg/mL) em condição de microcosmo, com coleta em dois tempos e posterior contagem e identificação das amostras. Dessa maneira, a primeiro momento, foi possível perceber diminuição da densidade das comunidades em geral nos tratamentos expostos ao contaminante, mas ao completar trinta dias, a densidade da meiofauna foi tomada por Copepoda e Naupli, taxas considerados resilientes à contaminação por HPAs, com tendência a desenvolver tolerância e comportamento oportunista. Entretanto, mesmo representando a maior parte da fauna quando expostos ao HPA, comparando os tratamentos foi perceptível que, concomitante ao aumento das concentrações, as densidades dos mais tolerantes reduz, revelando um limite da resiliência desses taxas. Ademais, nas maiores concentrações (1 e 10µg/mL) houve o desaparecimento de taxas sensíveis, como Gastrotrincha e Tardigrade, comprovando que o fenantreno afeta diretamente a estrutura da comunidade meiofaunística. Em suma, foi possível comparar a sensibilidade e resistência de alguns taxas ao HPA fenantreno, observando desde perda total de sensíveis, à tolerância de copépodes e nauplios a depender da concentração do contaminante. Compreende-se, portanto, a importância de estudar os efeitos dos HPAs nas comunidades bentônicas, sobretudo quando consideramos que todas as concentrações de fenantreno utilizadas já são encontradas em situações naturais, e consequentemente, vêm impactando diretamente populações tão sensíveis, que são base da teia trófica aquática e de importante papel ecológico para esses ambientes.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia