AUMENTO DA MORTALIDADE DE UM ROTIFERA EXPOSTO AOS HPAs DE UM ÓLEO DERRAMADO NA COSTA BRASILEIRA

AUMENTO DA MORTALIDADE DE UM ROTIFERA EXPOSTO AOS HPAs DE UM ÓLEO DERRAMADO NA COSTA BRASILEIRA

• Autor
• Alef Jonathan da Silva
• Co-autores
• Mauro de Melo Júnior , Felipe Antonio dos Santos , Pedro Augusto Mendes de Castro Melo , Gilvan Takeshi Yogui , Beatrice Padovani Ferreira , Maria da Graça Gama Melão
• Resumo

• Os derramamentos de óleo têm um impacto significativo nos organismos que compõem os primeiros níveis da cadeia alimentar. Isso ocorre devido à exposição aos compostos tóxicos encontrados no óleo. Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), que são componentes predominantes no óleo, são altamente prejudiciais para a vida marinha. Especialmente os organismos zooplanctônicos, que desempenham um papel crucial na transferência de energia dos produtores primários para os níveis tróficos mais elevados, são particularmente afetados por esses compostos. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos tóxicos dos compostos (HPAs) provenientes de um óleo derramado no Atlântico Sul, que atingiu os ecossistemas costeiros do Brasil, sobre a sobrevivência de um consumidor primário zooplanctônico (Brachionus plicatilis). Para isso, foi conduzido um experimento de exposição em condições similares às naturais dos ambientes impactados. O teste envolveu a exposição do B. plicatilis a diferentes concentrações de HPAs, obtidas a partir do óleo derramado no Atlântico em 2019, que alcançou a região costeira do Brasil. Foram aplicados cinco tratamentos com concentrações de HPAs (248, 496, 992, 1984 e 3968 ng L-1) e um tratamento controle sem HPAs, cada um com quatro réplicas. A mortalidade foi monitorada após um período de 72 horas, considerando como mortos os indivíduos que não apresentavam mobilidade do corpo ou de suas partes (por exemplo, mastax) por 5 segundos. Ao fim do teste (74 horas), apenas o tratamento com 248 ng L-1 de HPAs não apresentou diferença significativa em relação ao tratamento controle (controle = 18,3 ± 10,3%, 248 ng L-1 = 28,3 ± 18,0%). Enquanto isso, as concentrações de 496, 992, 1984 e 3968 demonstraram níveis mais elevados de mortalidade (50 ± 16,0%, 73,3 ± 13,0%, 86,7 ± 17,8%, 91,7 ± 10,3%, respectivamente; Kruskal-Wallis/Dunn, p < 0,05). Esses resultados estão em conformidade com uma revisão recente que destacou o risco da poluição por óleo para a saúde do B. plicatilis. O modelo dose-resposta confirmou a relação entre o aumento das concentrações de HPAs e o aumento da mortalidade. A concentração letal para causar a mortalidade de metade da população (CL50) foi de 456 ng L-1. Este estudo fornece informações relevantes sobre os efeitos dos HPAs, presentes em um óleo derramado no Atlântico Sul em 2019, que atingiu a região costeira do Brasil, na sobrevivência de um consumidor primário (B. plicatilis). Os resultados demonstraram que concentrações mais elevadas de óleo resultaram em maior mortalidade do rotífero, contribuindo para o entendimento dos impactos dos derrames de óleo e da presença de HPAs nos ecossistemas, com implicações ecológicas significativas.

• Palavras-chave
• derramamento de óleo, CL50, zooplâncton, Brachionus plicatilis
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Ecologia (Invertebrados)

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