Animais atropelados em estradas e rodovias vêm trazendo sérios impactos à vida selvagem e ao ecossistema como um todo. Assim, grandes alvos destes acidentes, seja intencional ou não, são pequenos vertebrados como os já mencionados répteis e anfíbios. A pesquisa teve como objetivo analisar índices de atropelamentos intencionais entre Iguana (Iguana iguana) e Rã- Pimenta (Leptodactylus vastus). Foi realizada na rodovia de Garanhuns- PE/ São- Caetano BR 423 e Garanhuns-PE/ Bom-Conselho-PE BR 424 e foram utilizados dois protótipos de borracha, um da Iguana e outro da Rã-pimenta, além do controle (lata) feito de tecido, areia com fibra de travesseiro. Foram escolhidos dois pontos fixos em cada BR, um protótipo foi colocado por vez no acostamento da pista durante 30 minutos cada, e nesse tempo foi contado e anotado todos os veículos que trafegavam nas rodovias. Foram considerados como atropelamentos intencionais as seguintes situações: 1- Condutor que desviava intencionalmente, saindo da faixa de tráfego da rodovia para o acostamento e retorno à faixa de tráfego, apenas para atingir o protótipo (uma ou mais vezes); 2- Condutor que trafegava na faixa oposta e que retornava, desviando da faixa para o acostamento apenas para passar em cima do protótipo (uma ou mais vezes) e após retornava ao seu curso inicial; 3- Condutor que trafegava na faixa, fazia retorno na faixa oposta, retornava novamente para faixa na qual trafegava inicialmente, desviava para o acostamento, passando por cima do protótipo (uma ou mais vezes) e, após, seguia o curso; 4- Condutor que saia da faixa de tráfego, retornava em marcha ré pelo acostamento e passava por cima do protótipo (uma ou mais vezes). Os veículos foram categorizados em motocicleta, carro, caminhão, ônibus e van, sendo quantificados os atropelamentos intencionais para cada protótipo e o controle. Verificou-se que em ambas as rodovias o protótipo do iguana teve maior número de atropelamentos intencionais, já o protótipo da rã-pimenta teve menor incidência de atropelamentos intencionais. Nas análises, verificou-se que houve um fluxo maior de veículos nos momentos em que o protótipo da rã-pimenta se encontrava no acostamento (2750), enquanto para o lagarto foi observado um menor tráfego de veículos (2524), já para o controle, o fluxo foi ainda menor que o anterior (2213). Entretanto, o protótipo da rã-pimenta sofreu menor número de atropelamentos intencionais do que do iguana, mesmo com maior fluxo de veículos que o iguana, quando dispostos no acostamento. Percebe-se, portanto, que o lagarto teve maior número de atropelamentos intencionais. Os lagartos constituíram um alvo maior para atropelamentos intencionais do que as rãs-pimenta. As características morfológicas constituem atributos que podem levar ao atropelamento intencional. Entretanto, ambos protótipos tiveram números altos de atropelamentos intencionais, demonstrando que são alvos de condutores mal-intencionados. Assim, é fundamental haver uma educação de trânsito que inclua a importância destes animais e os riscos oriundos dos atropelamentos, como também que estender esta ação às crianças, que serão futuros condutores.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia