OCUPAÇÃO DA Megascops choliba EM FRAGMENTOS FLORESTAIS DA MATA ATLÂNTICA
Alexandre F. Martins¹, Raiane V. da Paz¹, Carlos Salustio-Gomes¹, Cicero S. Lima-Santos¹, Dorgival D. Oliveira-Júnior¹, Mauro Pichorim¹.
¹ Laboratório de Ornitologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Campus Natal. E-mail (AFM): (alexandrefm8@gmail.com) / (RVP): (raianevital11@gmail.com) / (CSG): (carlos25salu@gmail.com) / (CSLM): (cicerosimaobio@outlook.com) / (DDOJ): (juniordiogenes2016@gmail.com) / (MP): pichorimmauro@gmail.com
A Mata Atlântica tem enfrentado desafios significativos ao longo dos anos, como o desmatamento e a fragmentação, impactando diversas espécies que dependem desse bioma como seu habitat. Uma dessas espécies é a corujinha-do-mato (Megascops choliba). Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho foi analisar como diferentes variáveis da paisagem influenciam a ocupação e a detecção da espécie. Realizamos este estudo em 11 fragmentos na região conhecida como Centro de Endemismo Pernambuco, que compreende a região de Mata Atlântica ao norte do rio São Francisco, no Nordeste do Brasil. Escolhemos aleatoriamente oito pontos de amostragem por fragmento, totalizando 88 pontos amostrais. Em cada ponto, instalamos gravadores sonoros autônomos, que registraram dados de áudio continuamente durante um período de três dias consecutivos e foram divididas em quatro amostras de três horas entre as 17:00 e as 05:00. Os dados obtidos a partir das gravações serviram como base para a análise e posteriormente foram detectados automaticamente pelo software Arbimon, que para evitar falsos positivos, tiveram validação manual. Para investigar a relação entre a ocupação da espécie e as características da paisagem e do micro-habitat, selecionamos seis variáveis. Sendo assim, para paisagem consideramos formação savânica, formação florestal e índice de integridade da paisagem florestal. No micro-habitat, levamos em conta a circunferência máxima dos troncos de árvores, a densidade de sub-bosque e a altura média da serrapilheira. Nossa análise incluiu a variação na probabilidade de detecção (?) e o efeito das seis covariáveis na probabilidade de ocupação (?). Com isso, obtivemos um total de 840 horas de gravações e identificamos a presença da M. choliba em 24% dos pontos amostrados. A modelagem teve como resultado 256 modelos, entretanto apenas três com ?AICc < 2, o que indica sua relevância, observamos então, que nenhuma das covariáveis teve efeito significativo na ocupação da espécie. Além disso, outro resultado foi a variação na probabilidade de detecção, que foi de 0,14 a 0,36 entre a primeira e a última amostra de 3 horas. A partir dos resultados da ocupação, caracterizamos a espécie como generalista, o que corrobora com achados na literatura. Além disso, a significativa variação de 157% na probabilidade de detecção ao longo da noite, ressalta a importância de considerar a atividade da espécie em estudos futuros. Por fim, ressaltamos a importância da preservação do habitat como um fator crucial para a sobrevivência da corujinha-do-mato dentro do bioma.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia