Avaliação dos traços funcionais de Camponotus crassus em um gradiente de urbanização

  • Autor
  • Luiza Rodrigues Soriano
  • Co-autores
  • Isabelle Leite de Holanda Silva
  • Resumo
  • A crescente urbanização é uma das principais causas de perda de hábitat e de alterações nos ecossistemas, fazendo com que as espécies dependam de adaptações fisiológicas, morfológicas e comportamentais para lidar com mudanças ambientais tão intensas. Avaliar variações de traços funcionais em populações nesses ambientes é crucial para entender a adaptabilidade de diversas espécies. Traços morfológicos são amplamente utilizados para analisar as respostas das espécies a gradientes ambientais, enquanto o estudo da biologia térmica, como tolerância ao calor, ajuda a prever como as espécies lidam com mudanças de temperatura causadas pela urbanização. As formigas estão entre os organismos terrestres mais diversos e abundantes na Terra e são altamente sensíveis às mudanças ambientais. Por serem ectotérmicas, mudanças nas temperaturas ambientais, como em áreas urbanas, podem representar uma ameaça para esses seres. Neste trabalho medimos tolerância térmica máxima (TTM) e variações morfológicas como traços funcionais da formiga Camponotus crassus coletadas em um gradiente de urbanização na cidade de Recife (PE). Avaliamos se essa espécie, encontrada em todo gradiente, possui traços funcionais que funcionem como adaptações para persistir nessas áreas apesar das mudanças provocadas pelo processo de urbanização, como o aumento da temperatura do solo. selecionamos 24 áreas de coleta distribuídas em um gradiente de urbanização. Coletamos 10 operárias e 1 formiga controle por colônia em cada área totalizando 24 colônias e 264 indivíduos. Foi feita coleta manual de uma formiga por tubo de microcentrifuga entre 9h e 14h, para depois serem levadas ao laboratório em até 4 horas. As formigas foram colocadas em uma máquina de tolerância térmica com temperatura inicial de 30ºC, cuja temperatura foi aumentada em 1ºC a cada cinco minutos até que todas as formigas morressem. Anotamos a temperatura máxima de cada indivíduo. Fizemos a montagem e a identificação das formigas e tiramos fotografias para medir tamanho da perna, cabeça, olho, mandíbula, antena e clípeo, atributos relacionados com o deslocamento e a percepção das formigas nos diferentes habitats. Utilizamos uma análise de regressão linear simples para avaliar o efeito da porcentagem de área urbana sobre a TTM e as variações nos tamanhos dos atributos corporais, com a porcentagem de área urbana (%Urb) como variável explicativa e a TTM e as variações morfológicas como variáveis respostas. À medida em que a porcentagem de urbanização aumenta, os indivíduos de C. crassus apresentam maior TTM, bem como aumento nos seguintes traços morfológicos: cabeça, perna, mandíbula, clípeo e olho. Estudos sobre biologia térmica relatam que de fato a temperatura é um fator extremamente importante na fisiologia  e no comportamento das espécies, sobretudo em seres ectotérmicos. Entender o comportamento e a fisiologia de  espécies adaptáveis em qualquer cenário traz informações valiosas sobre o sucesso da distribuição e as adaptações de organismos que passam pela transição de mudanças ambientais ocasionadas por humanos. Esses resultados estão em consonância com trabalhos que indicam que em áreas com maior grau de perturbação antrópica, deixando a área mais aberta, geram condições propícias a encontrar formigas com pernas maiores, o que ajudaria na locomoção e na tolerância ao calor.

  • Palavras-chave
  • Formigas; Funções ecossistêmicas, Morfometria; Termotolerância; Urbanização.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Ecologia (Invertebrados)
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