Os macacos aranhas (Ateles spp) são animais arborícolas e diurnos. São conhecidos por viverem em bandos grandes que podem chegar em até 55 indivíduos, que raramente são vistos juntos, pois eles se dividem em subgrupos de composição e tamanhos variados. Esse tipo de organização foi desenvolvido ao longo do tempo principalmente pelos seus hábitos alimentares como modo de diminuir a competição intra-específica. No Parque Estadual de Dois Irmãos há um bando de tres individuos formada por duas fêmeas (Chica e Kiki) e um macho (Chico) de Macacos-aranhas-da-cara-preta (Ateles chamek) adultos que atingiram a maturidade sexual juntos, mas nunca houve sucesso na reprodução, tendo poucos indícios de cortejo por parte do macho. O objetivo deste trabalho é relatar a organização social desses indivíduos em maturidade sexual onde não existe registro de cópula. Foi avaliado a ficha técnica de acompanhamento dos animais buscando informações sobre comportamentos sociais, sexuais, possíveis cópulas e outras interações entre eles. Sendo analisadas informações desde 2009, ano que as fichas sobre os comportamento dos animais passaram a serem melhor registradas. Os resultados analisados mostraram apenas uma tentativa de cortejo no ano de 2017 entre “Chico” e “Chica”, que foi observada pelo tratador do setor e a bióloga responsável pelo acompanhamento dos indivíduos, onde supostamente “Chica” teve uma pseudociese, pois não foi possível confirmar a suposta gestação e não houve a presença de um possivel aborto. Apesar das fêmeas apresentarem comportamentos de recepção sexual, o macho não demonstra interesse. Através das pesquisas foram analisados possíveis motivos dessa falta de cópula dos indivíduos, sendo devido ao fato de que esses animais preferem realizar o acasalamento longe do grupo principal, geralmente isolados do bando quando em vida livre, outro motivo pode ser a presença de subgrupos do grupo principal, o que causa uma preferência destes animais por acasalar com indivíduos de outros subgrupos; Outro fato se deve a maturidade dos indivíduos, uma vez que eles, principalmente os machos, aprendem o processo de corte com macho adultos, coisa que não aconteceu com o macho de estudo. Com isso, através desse trabalho foi possível conhecer as formas de reprodução desses animais e as limitações desse processo, visando trabalhos futuros que envolvam uma observação mais detalhada e a adaptação do ambiente para o bem-estar e possível reprodução dos indivíduos.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia