Os recifes amazônicos são ecossistemas mesofóticos que se estendem desde o Amapá até a divisa com a Guiana Francesa, e sabe-se que são um importante corredor ecológico que liga os ecossistemas da América central com a do sul, além de funcionarem como refúgios de biodiversidade. Apesar disso, dados acerca de sua biodiversidade, status de conservação e distribuição de espécies ainda são incipientes dada a dificuldade de acesso e pouca visibilidade. Por outro lado, estão situados na Zona Econômica Exclusiva Brasileira, logo, estão sujeitos a exploração por indústrias de óleo e gás, mineração e práticas de pesca, que podem comprometer a funcionalidade do ecossistema. Posto isso, o presente estudo identificou espécies de cnidários e poríferos capturados por pesca incidental nos estados do Pará e Amapá através de registros fotográficos tirados pelos observadores de bordo do CEPNOR-ICMBio (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Norte), que acompanharam as incursões de pesca. As fotografias são acompanhadas de informações sobre data, hora, coordenadas geográficas e o tipo de petrecho utilizado. Os registros foram triados e identificados ao menor nível taxonômico possível e foram feitos testes de proporção entre os grupos por cada petrecho identificado. No total 83 estações de pesca foram contabilizadas com 75 táxons de cnidários e 29 de poríferos identificados. Houveram 4 petrechos diferentes utilizados, sendo a armadilha manzuá, rede de caçoeira, arrasto sem tralha e arrasto de fundo. A armadilha manzuá foi o petrecho mais utilizado, e também o mais prejudicial aos cnidários esponjas em conjunto com a rede de caçoeira. Os dois contabilizam mais de 50% dos táxons de cnidários e poríferos identificados neste estudo, além disso, um táxon novo de cnidário e sete táxons e um gênero de poríferos tiveram sua distribuição expandida para os recifes amazônicos. Os resultados mostram que a remoção desses organismos por essas capturas, em longo prazo podem gerar diminuição no substrato dos recifes, o que por sua vez pode resultar em perdas de biodiversidade, além de afetar a manutenção do estoque pesqueiro. É preciso que mais estudos expandam os conhecimentos acerca de biodiversidade, conservação e distribuição de espécies para pressionar a criação de planos de manejos para esses habitats.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia