IMPACTOS DA PESCA INCIDENTAL EM COMUNIDADES SÉSSEIS NO GRANDE SISTEMA DE RECIFES DA AMAZÔNIA

  • Autor
  • Afonso Luiz José de Oliveira Silva
  • Co-autores
  • Alex Garcia Cavalleiro de Macedo Klautau , Alexandre Pires Marceniuk , George joaquim Garcia Santos , Felipe Ferreira Campos , Ronaldo B. Francini-Filho , Bruno Eleres Soares , Ralf tarciso Silva Cordeiro
  • Resumo
  • Os recifes amazônicos são ecossistemas mesofóticos que se estendem desde o Amapá até a divisa com a Guiana Francesa, e sabe-se que são um importante corredor ecológico que liga os ecossistemas da América central com a do sul, além de funcionarem como refúgios de biodiversidade. Apesar disso, dados acerca de sua biodiversidade, status de conservação e distribuição de espécies ainda são incipientes dada a dificuldade de acesso e pouca visibilidade. Por outro lado, estão situados na Zona Econômica Exclusiva Brasileira, logo, estão sujeitos a exploração por indústrias de óleo e gás, mineração e práticas de pesca, que podem comprometer a funcionalidade do ecossistema. Posto isso, o presente estudo identificou espécies de cnidários e poríferos capturados por pesca incidental nos estados do Pará e Amapá através de registros fotográficos tirados pelos observadores de bordo do CEPNOR-ICMBio (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Norte), que acompanharam as incursões de pesca. As fotografias são acompanhadas de informações sobre data, hora, coordenadas geográficas e o tipo de petrecho utilizado. Os registros foram triados e identificados ao menor nível taxonômico possível e foram feitos testes de proporção entre os grupos por cada petrecho identificado. No total 83 estações de pesca foram contabilizadas com 75 táxons de cnidários e 29 de poríferos identificados. Houveram 4 petrechos diferentes utilizados, sendo a armadilha manzuá, rede de caçoeira, arrasto sem tralha e arrasto de fundo. A armadilha manzuá foi o petrecho mais utilizado, e também o mais prejudicial aos cnidários esponjas em conjunto com a rede de caçoeira. Os dois contabilizam mais de 50% dos táxons de cnidários e poríferos identificados neste estudo, além disso, um táxon novo de cnidário e sete táxons e um gênero de poríferos tiveram sua distribuição expandida para os recifes amazônicos. Os resultados mostram que a remoção desses organismos por essas capturas, em longo prazo podem gerar diminuição no substrato dos recifes, o que por sua vez pode resultar em perdas de biodiversidade, além de afetar a manutenção do estoque pesqueiro. É preciso que mais estudos expandam os conhecimentos acerca de biodiversidade, conservação e distribuição de espécies para pressionar a criação de planos de manejos para esses habitats.

  • Palavras-chave
  • Recifes amazônicos, ecossistemas mesofóticos, pesca incidental
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