As macroalgas são essenciais para a diversidade da fauna marinha, fornecendo habitats e abrigos para várias espécies, incluindo crustáceos, moluscos, equinodermos e poliquetas. Crustáceos, em particular, têm uma função crucial na teia trófica e na ciclagem de nutrientes. Em agosto de 2019, ocorreu um derramamento de óleo que afetou extensas áreas do litoral do nordeste brasileiro, incluindo ecossistemas sensíveis como recifes e manguezais. Esse derramamento de óleo pode ter efeitos agudos, resultando em mortes por asfixia ou intoxicação, bem como efeitos crônicos que prejudicam o crescimento, reprodução e comportamento dos organismos marinhos. Alguns crustáceos, como os anfípodes, são considerados bioindicadores de impactos antrópicos, ou seja, de impactos causados por atividades humanas. O estudo tem como objetivo analisar as comunidades de anfípodes associados às macroalgas em três praias afetadas pelo derramamento de óleo: Suape, Barra de Catuama e Carneiros. As expedições de campo foram realizadas nessas praias, com coletas de algas realizadas durante a baixa-mar nos meses de fevereiro e novembro de 2020. Para coletar as amostras, foram utilizados quadrados amostrais de 10x10 cm dispostos aleatoriamente em transectos paralelos e perpendiculares à linha da praia. O material coletado foi lavado e peneirado em busca da macrofauna, como anfípodes, que foram então identificados. Os resultados revelaram um total de 3.838 anfípodes em diferentes localidades e períodos de coleta. Houve uma diferença significativa na abundância de anfípodes entre as praias de Suape, Barra de Catuama e Carneiros. Observou-se um aumento na abundância de anfípodes após o derramamento de óleo, principalmente em Suape. Foi aplicado na análise estatística, ANOVA, para avaliar as diferenças nas abundâncias de anfípodes entre as praias e os períodos de coleta. Notou-se que a praia de Suape apresentou uma diferença significativa na abundância de anfípodes entre os períodos de coleta, indicando uma resposta significativa a eventos como o derramamento de óleo. Devido às coletas realizadas durante o mesmo período climático (estiagem), não era esperado encontrar diferenças significativas nos níveis de abundância em uma mesma localidade, uma vez que as condições climáticas eram semelhantes. No entanto, os valores muito baixos registrados em fevereiro de 2020 em Suape podem ser atribuídos aos impactos da chegada do óleo, que afetou a região e pode ter refletido nas diferenças observadas nos dados.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia