Atualmente, o Bioma Mata Atlântica está restrito a pequenos remanescentes, e compreender a dinâmica dos mamíferos em paisagens fragmentadas é fundamental para sua conservação, uma vez que estes atuam na manutenção de ecossistemas e na recuperação de remanescentes. O objetivo do presente estudo foi caracterizar as comunidades de pequenos mamíferos de três ambientes em uma área de Mata Atlântica. O estudo foi realizado em uma área contendo remanescente de Mata Atlântica em uma matriz de silvicultura de eucalipto.Foram analisados três pontos de coleta silvicultura de eucalipto (Eucalipto), borda do remanescente florestal (Borda) e interior do remanescente florestal (Mata) em um período de um ano. O estudo foi realizado sob licença do SISBIO (n° 70149-6).Os pequenos mamíferos não-voadores foram amostrados por meio de pitfall traps e live traps instaladas em cada um dos três ambientes, sendo 10 estações de captura de armadilhas de interceptação e queda, e 24 estações contendo duas armadilhas, uma do tipo Sherman e uma do tipo Tomahawk, iscadas com uma mistura de banana, paçoca, sardinha e farinha de milho.O esforço amostral total foi de 4.792 armadilhas.noite e 19.440 m2.h armadilhas.noite. As comunidades de cada ambiente foram comparados através da riqueza (S), composição, abundância relativa das espécies, o índice de diversidade de Simpson (D), equitabilidade (E1/D),e o índice de similaridade de Jaccard (djk = M / (M+N)). Foram contabilizados ao todo 144 indivíduos pertencendo a 14 espécies, sendo Carollia perspicillata com 62,5% (N=90), seguido de Marmosa (Micoureus) demerarae com 6,9% (N=10), e Dermanura cinerea com 5,5% (N=8) as mais abundantes na área. O ambiente de Eucalipto apresentou a menor riqueza de espécies, porém maior abundância de indivíduos, sendo o menos equitativo e menos diverso. Os ambientes de Borda e Mata apresentaram a mesma riqueza (9) distribuídas em 51 e 24 indivíduos respectivamente, e se mostraram bastante similares em relação à composição das espécies, o que pode estar atrelado às características parecidas dos habitats. O ambiente de Mata foi o mais diverso, seguido da Borda e do Eucalipto, a equitabilidade se manteve maior na Mata, porém o Eucalipto se mostrou mais equitativo que o ambiente de Borda. O ambiente de Eucalipto apresentou apenas espécies terrestres ou escansoriais, com exceção dos quirópteros. Duas das espécies mais abundantes na área total de estudo são morcegos frugívoros que se adaptam bem a ambientes antropizados. Os resultados constatam a elevada abundância de espécies com hábitos mais generalistas e oportunistas, estas têm uma capacidade elevada de adaptação em ambientes antropizados, ao contrário das espécies mais raras e especialistas, que são as primeiras a desaparecer do ambiente após as perturbações. É necessário atenção ao ambiente Mata, pois matrizes muito antropizadas interferem na composição do fragmento.
Comissão Organizadora
XXI Encontro Zoologia do Nordeste
Jesser F. Souza-Filho
Carlos Eduardo Aragão Neves Xavier
Rayanne Gleyce Oliveira dos Santos
Juliano Gomes
Carine Mendes
Geórgia Brennichi Cabral
Aurinete Oliveira Negromonte
Girlene Fábia Segundo Viana
ALINE DOS SANTOS RIOS
Comissão Científica
Jose Souto Rosa Filho
Mauro de Melo Júnior
Julianna de Lemos Santana
Bruna Teixeira
Marina de Sá Leitão C. Araújo
DAVY BARBOSA BERGAMO
Rede Social do evento
Sociedade Nordestina de Zoologia