INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS NA COMUNICAÇÃO ACÚSTICA DE Myiothlypis flaveola NA MATA ATLÂNTICA NORDESTINA

  • Autor
  • Sara Mariana dos Santos
  • Co-autores
  • Raiane Vital da Paz , Carlos Salustio Gomes , Cicero S. Lima-Santos , Dorgival D. Oliveira-Júnior¹ , Luane S. Ferreira , Renata, S. Sousa-Lima , Mauro Pichorim
  • Resumo
  • A comunicação acústica é essencial para organismos, incluindo demarcação de território, busca por parceiros e defesa. A Hipótese da Adaptação Acústica (AAH) sugere que diferentes tipos de vegetação influenciam os sons produzidos, afetando a comunicação entre organismos. A Mata Atlântica, que originalmente cobria 93% do Brasil, sofreu uma drástica redução, com mais de ~88% de sua cobertura perdida devido à conversão em pastagens, agricultura e expansão urbana, comprometendo a biodiversidade e serviços ecossistêmicos. Na região do Centro de Endemismo Pernambuco (CEP), restam apenas cerca de 8,5% das florestas originais com mais de 100 hectares, sendo que áreas protegidas representam apenas 9%. Este estudo analisa como a paisagem afeta as vocalizações do Canário-do-mato (Myiothlypis flaveola) e como a degradação pode influenciar essas vocalizações. O estudo foi realizado em 11 fragmentos de Mata Atlântica nos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba, localizados na região do Centro de Endemismo de Pernambuco (CEP), ao norte do Rio São Francisco, no extremo norte da Mata Atlântica. A coleta de dados envolveu a gravação de áudio em 88 pontos amostrais em 11 fragmentos florestais, usando gravadores autônomos por três dias consecutivos. Foram medidas várias características do micro-hábitat em cada ponto, incluindo densidade do sub-bosque, altura da serapilheira, cobertura do dossel, densidade de árvores, diâmetro das árvores e altura do dossel. A espécie de interesse, o canário-do-mato (Myiothlypis flaveola), foi escolhida devido à sua vocalização distintiva e seu papel na ecologia. O software Arbimon foi usado para analisar os registros de áudio e detectar os cantos do canário-do-mato. Em seguida, os parâmetros acústicos dos cantos foram medidos usando o software Raven Pro 1.6. Para evitar a sobreparametrização, foi realizado um teste de correlação de Pearson entre as covariáveis antes de realizar análises de regressão linear com o software R. Os resultados revelaram que a circunferência dos troncos de árvores influencia positivamente a variação da frequência dominante (p=0.02), o que contraria descobertas anteriores sugerindo que espécies em ambientes fechados tendem a ter frequências mais baixas para melhor transmissão do som. Além disso, a cobertura e altura do dossel impactaram negativamente na variação da duração do sinal (p=0.002; p=1e-04, respectivamente). Isso sugere que quando há a atenuação do som em ambientes densos, as vocalizações se tornam mais curtas e com menor alcance. Este estudo apresentou evidências interessantes sobre como a paisagem afeta as vocalizações do Canário-do-mato na região do CEP. A relação entre a circunferência dos troncos e a frequência dominante destaca uma adaptação singular da espécie em relação ao ambiente florestal. A influência negativa da cobertura e altura do dossel na duração do sinal revela como características do habitat podem moldar a comunicação acústica entre os organismos. Essas descobertas são cruciais para compreender como a degradação da Mata Atlântica pode afetar a comunicação e a ecologia das espécies, destacando a importância da conservação e restauração desses habitats ameaçados.

     

  • Palavras-chave
  • Aves, bioacústica, centro de endemismo pernambuco, fragmentação.
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  • Ecologia Geral
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