Introdução: O ácido úrico é produzido naturalmente pelo organismo como resultado do metabolismo dos nucleotídeos. A hiperuricemia é um fator de risco para hipertensão arterial em adultos por interferir na função vascular. Porém, não se conhecem os efeitos da hiperuricemia na infância. Objetivo: Investigar a associação entre o ácido úrico e a rigidez arterial em crianças e adolescentes. Método: Estudo de corte transversal, que avaliou 843 crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 6 e 18 anos. Os exames bioquímicos foram realizados em jejum de 12 horas. A velocidade da onda de pulso carotídeo-femoral (VOP) foi usada como marcador de rigidez arterial. Resultados: Foram avaliados 471 meninos e 372 meninas, com idade similar entre os sexos. A VOP aumentou progressivamente com os quartis de ácido úrico, sendo maior em meninos (5,41±0,64; 5,55±0,88; 5,75±,21; 6,03±1,14, P<0,05) que nas meninas (5,46± 0,88; 5,48± 0,91; 5,65 ± 0,69; 5,73 ± 0,71). A variação na pressão sistólica com os quartis de ácido úrico foi maior nos meninos (101,3±8,31; 102,3±8,9; 106,6±8,3; 111,0±9,1) do que nas meninas (101,7±12,6; 101,7±7,9; 103,1±7,5; 105,6±8,1). Conclusão: A hiperuricemia está associada ao aumento na rigidez arterial e, consequentemente na pressão arterial, principalmente em meninos. Assim, os níveis de ácido úrico devem ser monitorados na infância para prevenção de hipertensão arterial.
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flavio marconiedson nunes
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