A Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZ) é caracterizada por malformações do Sistema Nervoso Central (SNC), potencialmente relacionadas com a infecção pelo arbovírus Zika Vírus (VZIK) da família Flaviviridae. O Brasil foi o país da América Latina mais afetado pelo VZIK, decorrente de alterações climáticas e escassez financeira, sobretudo o Norte e Nordeste. O principal vetor é mosquito do gênero Aedes aegypti. Outras formas de transmissão podem ser transfusão sanguínea, sexual, transplacentária, perinatal e urinária. A infecção pode se apresentar de forma assintomática, sendo a mais comum, ou sintomática, caracterizada por febre baixa, cefaleia, artralgia, conjuntivite não purulenta, dor ocular, prostração e rash maculopapular pruriginoso. Em virtude de seu neurotropismo, casos graves e fatais também podem ser registrados como a meningoencefalia e a encefalomielite disseminada aguda. Sua patogênese não é totalmente compreendida, postula-se a presença de proteínas virais em células de Hofbauer e histiócitos, sugerindo danificação da barreira placentária e indução de uma placentite crônica, com disseminação ao cérebro fetal. O diagnóstico pode ser apontado a partir da história prévia de infecção materna, associada a reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa e tempo real (PT-PCR) e ao teste de neutralização por redução de placas (PRNT), compactuados com a microcefalia à ultrassonografia transfontanela, Podem ser descritos microcefalia, calcificações coticais, ventriculomegalia, atrofia do tronco cerebral, hipoplasia cerebelar e artrogripose. A escassez de resultados de pesquisa quanto à transmissibilidade e contaminação materna/fetal pelo VZIK, e a preponderância da clínica assintomática só permite à atuação médica na prevenção e medidas paliativas.
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flavio marconiedson nunes
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