Programação Metabólica Mediada Pelo Estresse Gestacional: O Impacto Nos Parâmetros Bioquímicos Na Prole De Ratas Wistar

  • Autor
  • Lívia Alves de Oliveira
  • Co-autores
  • Juliana Mentzinger , Gabriel Fernandes Teixeira , Juliana Arruda de Souza Monnerat , Bianca Bittencourt Lucchetti , Matheus Azevedo Carvalho Martins , Larissa Lirio Velasco , Luiza Rocha , Viviane Costa , Helena Naly Miguens Rocha , Antonio Claudio Lucas da Nóbrega , Renata Frauches Medeiros Coimbra , Natália Galito Rocha Ayres
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: O estresse pode ter um impacto negativo na saúde, promovendo complicações cardiovasculares e metabólicas especialmente em períodos críticos da vida. Assim, a sua exposição durante a gestação pode resultar no aparecimento de disfunções cardiometabólicas ao longo da vida dos descendentes, de forma diferente entre os sexos. Desse modo, o perfil bioquímico permite análises de alterações metabólicas mediadas pelo estresse pré-natal que levariam ao desenvolvimento de um fenótipo de alto risco cardiometabólico evidenciado por alterações no perfil lipídico. OBJETIVOS: Assim, o objetivo do estudo foi caracterizar os animais através do perfil bioquímico aos 21 e aos 90 dias de idade da prole de machos e de fêmeas provenientes de mães submetidas ao estresse gestacional. MÉTODOS: Ratas Wistar virgens, com massa corporal inicial entre 230 e 250 gramas, foram colocadas para acasalar e, quando grávidas, foram divididas em dois grupos: controle e estresse variável (EV). O protocolo de EV consistiu na aplicação diária de quatro diferentes tipos de estresse durante a terceira semana de gestação. Após o nascimento e lactação, a prole foi dividida em 4 grupos (n=8/grupo) quanto ao sexo [macho controle (CM); fêmea controle (CF); macho estresse (EM) e fêmea estresse (EF)] e separadas em gaiolas coletivas, com monitoramento do peso (g), consumo alimentar e hídrico. Aos 21 e 90 dias, a prole foi anestesiada e eutanasiada por punção cardíaca e o sangue foi coletado para mensurar os parâmetros bioquímicos: glicemia, colesterol total (CT), triglicerídeos (TG) e fração lipoproteína de alta densidade (HDLc), por kits colorimétricos. A fração de lipoproteínas de baixa densidade (LDLc) e o risco cardiovascular foram determinados pelos cálculos de Friedewald e Castelli, respectivamente. Foi utilizado ANOVA two-way, com post-hoc de Fisher e considerado estatisticamente significativo quando p?0,05. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA nº 9518170621). RESULTADOS: Para os animais de 21 dias, o estresse pré-natal foi capaz de aumentar CT (CM:67±10; EM:100±24; CF: 54±10; EF:108±10 mg/dL; p<0,05), HDLc (CM:9,5±0,9; EM:16,1±3,5; CF:7,6±1,8; EF:14,2±1,8 mg/dL; p<0,05), LDLc (CM:40,4±8,0; EM:60,1±15,4; CF:30,8±7,2; EF:61,0±11,5 mg/dL; p<0,05) e TG (CM:85±25; EM:119±32; CF:77±34; EF:163±32 mg/dL; p<0,05) em ambos os sexos, sendo este último maior em fêmeas (p<0,05 vs macho). Ainda, o estresse elevou a glicemia (CF:112±8; EF:129±13 mg/dL; p<0,05) somente nas fêmeas, que tiveram maior risco cardiovascular (EM:6,2±0,5 EF:7,6±0,5; p<0,05 vs macho). Aos 90 dias, não houve alterações significativas no consumo alimentar (g/animal/dia; p>0,05). Todavia, nas fêmeas, o estresse foi capaz de aumentar o consumo hídrico (CM:33,58±1,24; EM:29,11±2,74; CF:22,59±3,97; EF:35,53±6,09 mL/animal/dia; p<0,05), risco cardiovascular (CF:5,9±0,2; EF:8,0±1,2; p<0,05), CT (CM:47±12; EM:42±5; CF:61±7; EF:58±7 mg/dL; p<0,05) e LDLc (CM:30,3±11,4; EM:24±7,3; CF:42,5±6,7; EF:41,1±8,4 mg/dL; p<0,05) e reduzir HDLc (CM:7,8± 2,2; EM:7,1±1,3; CF:10±1,3; EF:6,8±0,5 mg/dL; p<0,05). CONCLUSÃO: O estresse pré-natal induz alterações metabólicas e aumenta o risco cardiovascular em machos e fêmeas jovens. Entretanto, na vida adulta, esses efeitos são observados especialmente em fêmeas.

  • Palavras-chave
  • Estresse, programação metabólica, perfil bioquímico.
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