Os danos vasculares induzidos pela exposição ao Cádmio (Cd) são relacionados à sua ação na exacerbação da via da NADPH Oxidase, principalmente da subunidade NOX1, na redução da biodisponibilidade de Óxido Nítrico endotelial, aumento da atividade da ECA e da expressão do receptor AT1, aumento da ativação de cascatas inflamatórias (COX-2, TNF? e NFKB) e apoptóticas (CASPASE-3). Algumas alternativas terapêuticas naturais para prevenir e/ou tratar esses danos têm sido estudadas com êxito, como hidrolisados funcionais de origem animal, no entanto atualmente é mais sustentável investigar terapêuticas advindas das plantas. A Quinoa é um pseudocereal um alimento vegetal, de amplo, fácil e barato acesso, um Hidrolisado de Quinoa Vermelha (HQV) obtido por hidrólise com Alcalase, demonstrou efeitos anti-hipertensivos e antioxidantes em ratos espontaneamente hipertensos, porém seu efeito vascular ainda não foi esclarecido. Investigaremos se o HQV protege o sistema cardiovascular dos danos induzidos pela exposição a altas concentrações de Cd e as diferenças no dano do Cd e proteção do HQV entre machos e fêmeas. Ratos Wistar machos e fêmeas de 3 meses, distribuídos em dois protocolos de tratamento: Co-tratamento: Grupo Controle (Ct): Água destilada via gavagem + Água destilada via intraperitoneal (i.p.) por 14 dias; Grupo Cádmio (Cd): Água destilada via gavagem + CdCl2 - 1 mg/kg i.p. por 14 dia; Grupo HQV: HQV 1g/kg/dia via gavagem por 14 dias; Grupo Cd + HQV (CdHQV): CdCl2 - 1 mg/kg i.p. + HQV 1g/kg/dia via gavagem por 14 dias; Pré-tratamento: Grupo Ct: Água destilada via gavagem + Água destilada via i.p. por 28 dias; Grupo Cd: Água destilada via gavagem durante 28 dias +Água destilada via i.p. nos primeiros 14 dias + CdCl2 - 1 mg/kg i.p. nos últimos 14 dias; Grupo HQV: HQV 1g/kg/dia via gavagem por 28 dias: Grupo HQV + Cd (HQVCd): HQV 1g/kg/dia via gavagem por 28 dias + Água destilada via i.p. nos primeiros 14 dias + CdCl2 - 1 mg/kg i.p. nos últimos 14 dias. Serão analisadas: caracterização de sequências peptídicas bioativas presentes no HQV, por meio de HPLC acoplada à Espectrometria de Massas, controle semanal da ingestão de água, ração, peso e pressão arterial não invasiva por pletismografia caudal. Após o tratamento, os animais serão eutanasiados, e será realizada a coleta de sangue e vaso que serão utilizados em ensaios bioquímicos para estresse oxidativo (ROS, TBARS, FRAP, SOD, CAT), imunohistoquímicos (NOX1, COX-2, CASPASE, AT1, TNF?) e de reatividade vascular (aorta e mesentério) de maneira a investigar as vias envolvidas (via da NADPH Oxidase, via das cicloxigenases e ativação da ECA) nas respostas contráteis e vasodilatadoras. Espera-se que o tratamento com HQV atenue e/ ou reverta os danos causados pela exposição ao Cd em ratos e que possamos elucidar os mecanismos vasculares envolvidos, bem como se há diferença entre machos e fêmeas tanto quanto ao dano ou proteção.
Comissão Organizadora
Gustavo Carvalho
Luiza Malacco
Eliana Hiromi Akamine
Profª Drª Luciana Venturini Rossoni
Ana Paula Couto Davel
José Wilson do Nascimento Corrêa
GIULIA ALESSANDRA WIGGERS
Alice Valença Araújo
Comissão Científica