INTRODUC?A?O: O estresse pré-natal é capaz de gerar impactos na sau?de da prole através do desequilíbrio homeostático da mãe. Sabe-se que a prole proveniente de eventos estressores pode apresentar alterações hormonais e morfológicas, promovendo distu?rbios cardiometabo?licos. Espera-se que o estresse pré-natal possa induzir modificações na via de sinalizac?a?o da insulina e perfil pro?-apopto?tico cardíaco nos descendentes. Essas alterac?o?es na prole contribuiriam para o aumento do risco de desenvolvimento e progressa?o de disfunções cardiometabo?licas programadas pelo estresse pre?-natal. OBJETIVOS: Investigar o impacto do estresse durante a gestac?a?o sobre mecanismos moleculares associados ao cardiometabolismo na prole de ratas Wistar. MÉTODO: Ratas gra?vidas Wistar (250g) foram divididas em dois grupos: grupo controle (CT) e grupo estresse varia?vel (EV). O protocolo de EV consistiu na aplicac?a?o dia?ria de quatro diferentes tipos de estresse durante o terço final da gestac?a?o. Apo?s o nascimento e lactac?a?o as proles de cada grupo foram separadas por sexo em gaiolas coletivas. Durante o protocolo experimental foram realizados os testes: oral de tolera?ncia a? glicose (TOTG) e de sensibilidade a? insulina (TSI). As proles foram pesadas, anestesiadas e eutanasiadas por punc?a?o cardi?aca aos 90 dias de vida (n=6/grupo). O tecido do ventri?culo esquerdo foi coletado, pesado e utilizado para mensurar a expressão proteica da via de sinalização de insulina e apoptose (Western Blot). Apo?s teste de normalidade, foi utilizado teste T não pareado ou ANOVA three-way para dados parame?tricos, com po?s-teste de Tukey quando adequado. Os resultados foram considerados significativos quando p?0,05. RESULTADOS: Aos 90 dias de vida, não foi observada diferença significativa na massa corporal entre as fêmeas EV em comparação às fêmeas CT (CT 224,5±9,8 vs. EV 229,1±7,9 g, p<0,05), porém os machos EV apresentaram menor massa corporal em comparação aos machos CT (CT 364,9±34,7 vs. EV 334,6±15,2 g, p<0,01). No TOTG, as fêmeas não apresentaram diferenças significativas ao longo da curva glicêmica, enquanto os machos EV apresentaram maior glicemia 60 minutos após a administração de glicose quando comparado aos machos CT (CT 120,5±1,89 vs. EV 119±1,50 mg/dL, p=0,02). No entanto, no TSI não houve diferença entre grupos ao longo da curva glicêmica, em ambos os sexos (p<0,05). Quanto ao peso do ventrículo esquerdo, tanto fêmeas EV (CT 0,56±0,02 vs. EV 0,52±0,02 g, p=0,01), quanto os machos EV (CT 0,78±0,11 vs. EV 0,70±0,04 g, p=0,05) apresentaram menor peso em comparação aos seus respectivos grupos CT. As análises das expressões proteicas de Akt (Machos: CT 1,00±0,95 vs. EV 1,07±1,03, p=0,86; Fêmeas: CT 1,00±0,37 vs. EV 1,05±0,74, p=0,15), p-Akt (Machos: CT 1,00±0,65 vs. EV 1,31±0,96, p=0,42; Fêmeas: CT 1,00±0,37 vs. EV 0,71±0,52, p=0,50), caspase-3 (Machos: CT 1,00±0,69 vs. EV 0,48±0,39, p=0,25; Fêmeas: CT 1,00±0,51 vs. EV 0,96±0,73, p=0,45) e Bax (Machos: CT 1,00±0,32 vs. EV 0,81±0,29, p=0,33; Fêmeas: CT 1,00±0,34 vs. EV 0,82±0,24, p=0,33) não apresentaram diferenças entre os grupos CT e EV em ambos os sexos. CONCLUSA?O: O estresse pre?-natal reduz a massa corporal e altera a homeostase glicêmica em machos, e reduz o peso do ventrículo em ambos os sexos. Entretanto, as expressões proteicas da via de sinalização de insulina e apoptose parecem não estarem alteradas.
Comissão Organizadora
Gustavo Carvalho
Luiza Malacco
Eliana Hiromi Akamine
Profª Drª Luciana Venturini Rossoni
Ana Paula Couto Davel
José Wilson do Nascimento Corrêa
GIULIA ALESSANDRA WIGGERS
Alice Valença Araújo
Comissão Científica