Introdução: A pandemia da COVID-19 impactou a humanidade de múltiplas formas a partir de uma infecção de contaminação respiratória e que ocasiona milhões de mortes no mundo, especialmente, em idosos e portadores de sequelas cardiometabólicas. Estudos prévios sugerem que pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 podem apresentar disfunção endotelial, especialmente, após estímulos estressores, o que pode indicar maior risco cardiovascular. Além disso, estudos relatam um desempenho prejudicado durante o teste de esforço máximo em indivíduos com infecção prévia por COVID-19. Objetivo: Sendo assim, o estudo tem como objetivo compreender os mecanismos endoteliais envolvidos na resposta ao exercício máximo em indivíduos com infecção prévia pelo SARS-CoV-2. Metodologia: Para tanto, até o momento, foram recrutados homens e mulheres entre 20-35 anos com infecção prévia por SARS-CoV-2 sem histórico de doenças crônicas ou uso de medicação contínua (n=5; 26,6±3,8 anos). O grupo foi submetido ao teste cardioespirométrico máximo (TCM) em bicicleta ergométrica, com frequência cardíaca (FC) e pressão arterial sistólica (PAS) sendo monitoradas durante o exercício (monitor de ECG). A avaliação da função endotelial (dilatação mediada pelo fluxo; DMF) foi feita nos tempos: basal, 30, 90 e 120 minutos após o TCM (basal, 30TCM 90TCM e 120TCM) por ultrassom de efeito doppler da artéria braquial. Nesses momentos foram coletados sangue para determinação de marcadores oxidativos [substâncias reativas ao ácido tiobartúrico (TBARS) e proteínas carboniladas]. Foi utilizado teste de Anova one-way de medidas repetidas para comparação entre momentos e pós-hoc de Fisher quando adequado. Os dados preliminares foram apresentados em média ± desvio padrão. Resultados: Como esperado, o TCM levou ao aumento da FC (Basal 85±12 vs. TCM 160±19 bpm; p<0,01), PAS (Basal 116±8 vs. TCM 162±42 mmHg; p=0,04) e consumo de oxigênio (Basal 3,75±0,54 vs. 27,37±8,97 mL/kg/min; p<0,01) retornando a valores semelhantes ao basal. O TCM não foi capaz de alterar os níveis de TBARS (Basal 4,26±0,87 vs 30TCM 3,87±1,15 mg/L; p>0,05) e carbonila (Basal 6,10±0,41 vs. 30TCM 4,34±2,31 nmol/mg; p>0,05), bem como a função endotelial (Basal 15,05±11 vs. 30TCM 13,5±5,8 %; p>0,05). Conclusão: Pouco pode ser inferido ainda desses dados, porém, acredita-se que alterações na função endotelial parecem estar intimamente relacionadas ao perfil oxidativo e a capacidade de desempenho no exercício máximo em indivíduos pós-COVID-19. Para isso, mais participantes serão recrutados, a fim de completar o tamanho amostral (n=14).
Comissão Organizadora
Gustavo Carvalho
Luiza Malacco
Eliana Hiromi Akamine
Profª Drª Luciana Venturini Rossoni
Ana Paula Couto Davel
José Wilson do Nascimento Corrêa
GIULIA ALESSANDRA WIGGERS
Alice Valença Araújo
Comissão Científica