Diferenças Sexuais no Relaxamento Induzido pela Progesterona em Artérias Mesentéricas de Resistência de Animais Normotensos

  • Autor
  • Izabela Moreira Bonfim
  • Co-autores
  • Nathalie Tristão Banhos Delgado , Roger Lyrio dos Santos
  • Resumo
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    A progesterona desempenha um importante papel em processos fisiológicos relacionados aos órgãos reprodutivos, mas já se sabe que pode atuar em outros sistemas, como o cardiovascular. No entanto, pouco se sabe sobre seu papel em diferentes leitos vasculares, especificamente em artérias de resistência. O objetivo deste estudo foi avaliar possíveis diferenças sexuais na vasodilatação induzida por progesterona em artérias mesentéricas de resistência em animais de ambos os sexos. Métodos: Os procedimentos experimentais foram realizados em ratos Wistar adultos de ambos os sexos (10-12 semanas de idade). As artérias mesentéricas de terceira ordem foram isoladas, seccionadas em anéis de 2 mm e montadas em um sistema de miografia de resistência. A resposta de relaxamento foi caracterizada por meio de curvas de concentração-resposta à  progesterona (10 nM - 10 ?M), antes e após a remoção endotelial ou incubação com inibidores das enzimas óxido nítrico sintase (NOS) (N?-nitro-L-arginina metil éster - L-NAME, 300 ?M), ciclooxigenase (COX) (indometacina - INDO, 10 ?M) isoladamente ou conjugadas com inibidor não seletivo da citocromo P450 (CYP) (Clotrimazol- CLOT,  0,75 ?M) ou degradador de peróxido de hidrogénio (H2O2) (Catalase - CAT, 1000 unidades/mL). Ivestigamos também a participação do cálcio por meio de curvas concentração-resposta com CaCl2 (10 µM – 30 mM) antes e após a incubação com progesterona (50 mM) ou nifedipina (1 µM). A análise dos dados foi realizada pelo GraphPad Prism 8 (GraphPad Software) e todos os dados expressos como média ± EPM e foi estabelecido o nível de significância de P<0,05. Todos os protocolos foram aprovados pela CEUA-UFES (#18/2020). Resultados: O relaxamento promovido pela progesterona foi semelhante em fêmeas (50,6 ± 2,4 %) e machos (50,8 ± 2,5 %), porém com a participação de diferentes mediadores endoteliais e extra-endoteliais. O relaxamento induzido pela progesterona nas fêmeas pareceu ser mais dependente dos prostanoides, e de vias extra-endoteliais do óxido nítrico (NO). Nos machos parece ser mais dependente da via do NO, seguido pela via do peróxido de hidrogênio (H2O2) e dos ácidos epoxieicosatrienoicos (EETs). No entanto, em ambos os sexos, a progesterona parece modular negativamente o controle do cálcio. Houve redução significativa da resposta contrátil na presença da progesterona e da nifedipina em fêmeas (controle: 0,7 ± 0,1 %, progesterona: 0,1 ± 0,9 %, nifedipina: 0,1 ± 0,07 %) e machos (controle: 1,3 ± 0,4 %, progesterona: 0,02 ± 0,02 %, nifedipina: 0,1 ± 0,05 %). Conclusão: Esses achados são importantes para um melhor entendimento das ações vasculares promovidas pela progesterona em ambos os sexos, e talvez para o desenvolvimento de melhores formas de terapias de reposição hormonal na peri e pós-menopausa.

     

  • Palavras-chave
  • progesterona, artérias mesentéricas de resistência, reatividade vascular
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