Tratamento Com Extrato De Açaí (Euterpe Oleraceae Mart.) Reduz A Disfunção Motora E Aumenta A Preservação Neuronal Em Ratos Submetidos Ao Modelo De Isquemia Cerebral

  • Autor
  • Leonan Lima Teixeira
  • Co-autores
  • Helma Maria Negrão da Silva Alencar , Luan Oliveira Ferreira , João Cleiton Martins Rodrigues , Rafael Dias de Souza , Laine Celestino Pinto , Nilton Akio Muto , Hervé Rogez , Arnaldo Jorge Martins-Filho , Vanessa Joia de Mello , Moises Hamoy , Edmar Tavares da Costa , Dielly Catrina Favacho Lopes
  • Resumo
  • O acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) é a segunda patologia com maior incidência no mundo, apresentando alta taxa de mortalidade e comprometimento neurológico adquirido, a partir da morte de neurônios em decorrência de danos oxidativos e inflamatórios iniciados após uma obstrução vascular, seja por trombose ou embolia. Vale ressaltar, que estratégias terapêuticas com produtos naturais podem ser usadas para reduzir as sequelas motoras e a perda neuronal causadas no AVE. Desse modo, Euterpe oleracea Mart. (EO) cujo fruto é conhecido como açaí, é altamente consumido no Brasil e no mundo, de forma natural ou industrializada, e seu extrato é constituído de substâncias com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Desse modo, 40 ratos machos Wistar (10-12 semanas de idade e peso de 300 ± 20 g), provenientes do Biotério Central do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (CEUA nº 1225030320; ICB/UFPA), foram submetidos ao modelo de acidente vascular cerebral isquêmico por oclusão da artéria cerebral média (OACM) seguido do tratamento com extrato de EO durante 14 dias. Após a OACM foi avaliado os escores neurológicos dos animais todos os dias até o fim do experimento. Todos os animais foram eutanasiados e os encéfalos foram processados para avaliação histológica quanto ao dano neuronal através de imunomarcação com anticorpo anti-NeuN. Nossos resultados mostraram que os grupos controle (sham e sham+EO) não apresentaram alterações neurológicas entre si (escore 0 para ambos os grupos, p > 0,9999). Já os grupos com isquemia (OACM e OACM+EO) apresentaram déficits motores quando comparados aos grupos controle (p < 0,05, para todas as comparações). Além disso, o tratamento com EO resultou em melhora do escore clínico dos animais em comparação ao grupo OACM a partir do nono dia (p < 0,05, para todas as comparações). Quanto a histologia, não houve diferença no número de células neuronais entre os grupos controle (sham e sham+EO) nas camadas corticais (I-VI) e estriado (p > 0,9999, para todas as comparações). Em contrapartida, comparados aos grupos controle, os grupos OACM apresentaram danos neuronais no córtex entre as camadas II/III a VI e estriado (< 0,01, para todas as comparações). Ainda, animais do grupo OACM+EO apresentaram maior número de células NeuN+ em relação ao grupo OACM, para as camadas de II/III a VI do córtex somatossensorial no núcleo isquêmico (camada II/III OACM: 0,46 ± 0,93 vs. OACM+EO: 23,46 ± 13,61; camada IV OACM: 1,53 ± 2,01 vs. OACM+EO: 53,23 ± 33,90; camada V OACM: 6,06 ± 7,60 vs. OACM+EO: 37,79 ± 19,13; camada VI OACM: 22,91 ± 11,98 vs. OACM+EO: 50,32 ± 15,72; p < 0,01, para todas as comparações), além da área de penumbra isquêmica (OACM: 45,42 ± 5,32 vs. OACM+EO: 62,59 ± 14,31; p = 0,0446) e do estriado ipsilateral à lesão (OACM: 13,67 ± 12,38 vs. OACM+EO: 45,06 ± 7,07; = 0,003). Dessa maneira, nossos achados sugerem que o tratamento com o extrato de Euterpe oleracea Mart. foi capaz de atenuar os danos causados no modelo de isquemia cerebral por OACM, mostrado através da diminuição parcial do comprometimento motor/déficit neurológico, correlacionado ao aumento da preservação de neurônios em regiões de infarto e penumbra, podendo ser sugerido como um tratamento experimental promissor.

  • Palavras-chave
  • Euterpe oleracea, acidente vascular cerebral, neuroproteção.
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