HMGB1 Promove a Ativação Do Receptor Do Tipo Toll 2 e Contribui Para a Disfunção Endotelial No Diabetes mellitus

  • Autor
  • Ana Carolina Mendonça de Almeida Santos
  • Co-autores
  • Júlia Ferreira de Lima , Daniel Rodrigues , Mirele Resende Machado , Juliano Vilela Alves , Rita de Cassia Tostes , Rafael Menezes da Costa
  • Resumo
  • Introdução: O diabetes mellitus (DM) está associado a complicações micro e macrovasculares. A hiperglicemia crônica, a resistência à insulina e a inflamação são consideradas peças-chave para a disfunção endotelial encontrada no DM. Os receptores do tipo toll-like 2 (TLR2) são componentes do sistema imune inato, expressos em células endoteliais, e que podem ser ativados por diversos padrões moleculares associados ao dano tecidual (DAMP), incluindo a proteína 1 do grupo de alta mobilidade (HMGB1). Em comorbidades, como no DM, e nas doenças cardiovasculares, há maior ativação dos receptores TLR2, resultando em inflamação. Hipótese: Durante o DM há maior produção vascular de HMGB1, ativação dos receptores TLR2, resultando em inflamação, redução da biodisponibilidade de óxido nítrico (NO) e disfunção endotelial. Métodos: Procedimentos aprovados pela CEUA-FMRP/USP (#1071/2022). Foram utilizados camundongos machos C57BL/6 (WT) e deficientes para o receptor TLR2 (TLR2-/-) de aproximadamente 25 gramas. Os camundongos receberam injeções i.p. diárias de veículo (citrato de sódio 0,1M) ou estreptozotocina (STZ, 50mg/kg/dia) durante 5 dias. A concentração de glicose no sangue e a massa corporal foram mensuradas semanalmente (por 4 semanas) antes e a partir da primeira injeção de STZ. A função endotelial foi avaliada em anéis de aorta torácica. As aortas de todos os grupos foram utilizadas para estudo de mecanismos. Resultados: Administrações de STZ elevaram a glicemia em WT e TLR2-/- [área sob a curva (AUC representando mg/dL) - WT: 3325±128 n=6; WT_STZ: 7445±471 n=6; TLR2-/-: 3755±502 n=4; TLR2-/-_STZ: 7492±371 n=4]. Tal evento foi acompanhado por queda progressiva na massa corporal (AUC representando gramas - WT: 696,3±18,5 n=6; WT_STZ: 565,8±16,7 n=6; TLR2-/-: 698,1±22,2 n=4; TLR2-/-_STZ: 554,9±21,9 n=4). Na aorta de WT_STZ houve aumento do conteúdo proteico de TLR2 em relação a aorta de WT [em unidades arbitrárias (UA) - WT: 0,042±0,005 n=4; WT_STZ: 0,077±0,009 n=5]. A vasodilatação em resposta à acetilcolina foi diminuída em WT_STZ em relação a WT. Este efeito não foi observado em TLR2-/-_STZ [valores são expressos em relação à contração desencadeada por 2µM de fenilefrina (Emax % Relaxamento) - WT: 105,3±3,1 n=6; WT_STZ: 66,1±3,4 n=6; TLR2-/-: 101,4±2,6 n=4; TLR2-/-_STZ: 97,7±4,1 n=4]. Na aorta de WT_STZ houve redução na biodisponibilidade de NO em relação a aorta de WT. Este efeito não foi observado em TLR2-/-_STZ (em intensidade de fluorescência - WT: 416,3±33,7 n=5; WT_STZ: 241,5±17,5 n=5; TLR2-/-: 362,8±21,4 n=5; TLR2-/-_STZ: 390,6±45,8 n=5). Na aorta de WT_STZ houve aumento do conteúdo proteico de HMGB1 em relação a aorta de WT (UA - WT: 4,85±0,4 n=4; WT_STZ: 8,33±0,6 n=5]. Aortas de WT incubadas com HMGB1 (100ng/ml por 6h) mostraram vasodilatação em resposta à acetilcolina diminuída. Este evento foi prevenido na presença do antagonista de TLR2 (TL2-C29 50µM) (Emax % Relaxamento - WT: 108,4±3,5 n=6; WT_HMGB1: 69,8±3,7 n=6; WT_HMGB1_TL-2C29: 98,3±5,1 n=6). Conclusão: No DM induzido por STZ há aumento de HMGB1 vascular, consequente ativação de TLR2 e redução da biodisponibilidade de NO. Este conjunto de eventos promove disfunção endotelial. Apoio financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

     

  • Palavras-chave
  • diabetes mellitus, HMGB1, receptor do tipo toll 2, disfunção endotelial.
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