A sobrecarga de cobre causa redução da reatividade vascular em ratos diabéticos

  • Autor
  • Julia Antonietta Dantas da Silva
  • Co-autores
  • Filipe Martinuzo Filetti , Andressa Bolsoni Lopes , Dalton Valentim Vassallo , Nina Bruna de Souza Mawandji , Karoline Neumann Gomes , Karolini Zuqui Nunes
  • Resumo
  • Introdução: Indivíduos diabéticos possuem maiores concentrações de cobre (Cu) sanguíneo do que não diabéticos sugerindo alterações no metabolismo do cobre. Estudos mostram que alguns diabéticos fazem uso de suplementações alimentares que contém cobre. O presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da sobrecarga crônica de cobre sobre a reatividade vascular em segmentos isolados da aorta torácica de ratos diabéticos.  Métodos: Estudo experimental, utilizando ratos Wistar de 12 semanas de idade, peso aproximado 350g, obtidos do biotério central da UFES. Os protocolos experimentais foram aprovados pelo comitê de ética da universidade No 22/2019. Os animais foram divididos em quatro grupos experimentais: Controle (Ct); Cobre (Cu); Diabetes Mellitus (DM); Diabetes Mellitus + Cobre (DM+Cu). O diabetes tipo 1 foi induzido por meio de uma única injeção de estreptozotocina 50mg/kg/i.v., e os animais tratados com o dobro da dose diária recomendada de cobre (1,8mg/kg i.p.). Foram sacrificados após 30 dias de tratamento, e a aorta torácica removida para experimentos de reatividade vascular, e análise de fluorescência. Utilizamos testes estatísticos, ANOVA one-way e two-way para examinar os desfechos. Medimos tensão em gramas para a análise dos resultados, e os dados estão representados pela sua resposta máxima n=6-9. Resultados: Observamos redução na reatividade vascular à fenilefrina no grupo DM+Cu= 1,36g ± 0,06 em comparação com os grupos Ct= 1,88g ± 0,04; Cu= 1,76g ± 0,04 e DM= 1,75 g ± 0,05 que não apresentaram diferenças entre si. A incubação dos anéis de aorta com fármacos mostrou os seguintes resultados: L-NAME: Ct= 2,59g ± 0,11, Cu= 2,2g ± 0,09, DM= 1,07g ± 0,07 e DM + Cu= 2,85g ± 0,12, sugerindo um aumento na biodisponibilidade de NO no grupo DM+Cu, e uma redução no grupo DM. Catalase: Ct= 1,86g ± 0,05, Cu= 1,86g ± 0,05, DM= 1,3g ± 0,04 e DM+Cu= 1,88g ± 0,08 sugerindo maior concentração do peróxido de hidrogênio no grupo DM+Cu. TEA: Ct= 2,14g ± 0,1, Cu= 1,74g ± 0,1, DM= 1,69g ± 0,12 e DM+Cu= 2,02g ± 0,05 sugerindo participação dos canais para potássio no mecanismo de diminuição da reatividade. A análise de fluorescência demonstrou maior concentração de H2O2 in situ no grupo DM+Cu= 22303 IF ± 2788 quando comparado aos demais grupos: Cu= 13600 IF ± 1729, DM= 15642 IF ± 2598 e Ct= 6970 IF ± 881. Na presença do tecido adiposo perivascular (PVAT), aumentou a reatividade vascular à fenilefrina dos grupos DM+Cu= 1,59g ± 0,03 e Cu= 1,9g ± 0,12 quando comparados aos grupos DM= 1,35g ± 0,03 e Ct= 1,22g ± 0,13. Conclusão: A sobrecarga de cobre em ratos diabéticos reduziu a reatividade vascular da aorta à fenilefrina. Entretanto, o resultado reverte na presença de PVAT após tratamento com cobre. Sugere-se que a exposição Cu nos animais diabéticos aumenta a concentração do óxido nítrico e do peróxido de hidrogênio, e estes são os possíveis responsáveis pela redução da reatividade vascular à fenilefrina no grupo DM+Cu mas somente na ausência do PVAT.

  • Palavras-chave
  • Cobre, Diabetes, Reatividade Vascular, Aorta
  • Modalidade
  • Comunicação oral
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  • Projetos Científicos

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