O TUDCA Inibe o Estresse de Retículo Endoplasmático e Melhora a Contratilidade e Fibrose Aórtica em Camundongos Desnutridos

O TUDCA Inibe o Estresse de Retículo Endoplasmático e Melhora a Contratilidade e Fibrose Aórtica em Camundongos Desnutridos

• Autor
• Israelle Netto Freitas
• Co-autores
• Joel Alves da Silva Junior , Jamaira Aparecida Victorio , Everardo Magalhães Carneiro , Ana Paula Couto Davel
• Resumo

• INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A desnutrição é um fator de risco cardiovascular. O
  estresse do retículo endoplasmático (ERS), inflamação e fibrose são processos
  fisiopatológicos comumente encontrados na hipertensão arterial e doenças
  cardiometabólicas. O ácido tauroursodesoxicólico (TUDCA) é um ácido biliar
  secundário, inibidor do ERS, que tem demonstrados efeitos benéficos cardiovasculares
  e endócrino-metabólicos. Portanto, levantamos a hipótese de que o TUDCA poderia ser
  benéfico para a função e estrutura vascular em modelo de desnutrição. O objetivo do
  presente estudo foi investigar o efeito do tratamento com TUDCA na contratilidade
  vascular e deposição de colágeno em aorta de animais submetidos à dieta de restrição
  proteica. MÉTODOS: Camundongos machos C57BL6/J pós-desmame foram
  alimentados com uma dieta Normoproteica (N, 14% proteína) ou Restrição proteica (R,
  6% proteína, isocalórica) por 15 semanas. Nas últimas 2 semanas, alguns animais N e R
  receberam TUDCA (300 mg/kg/dia, ip) ou veículo PBS (CEUA 5429-1/2019). Ao final
  do tratamento, a aorta torácica foi isolada para avaliar a contração à fenilefrina (FE),
  histologia (coloração de Masson) e expressão gênica (qRT-PCR). *P<0,05 vs. N.
  RESULTADOS: A aorta do grupo R apresentou redução da contratilidade, associada a
  menor expressão gênica de SM22?, ?-actina e canal de cálcio tipo L (Cav1.2) em
  comparação ao grupo N. O tratamento com TUDCA reverteu a hipocontratilidade
  (resposta máxima da FE: N=1,8±0,5; R=1,1±0,4*; R TUDCA=1,6±0,5 mN/mm) e a
  expressão de SM22 ?, ?-actina e Cav1.2. Além disso, a aorta do grupo R apresentou
  fibrose, acompanhada de aumento da expressão gênica de colágeno III, IV e do fator
  pró-fibrótico TGF-?. O tratamento com TUDCA foi capaz de reduzir a área de fibrose
  vascular (N=7,0±2,9; R=14,4±5,2*; R TUDCA= 8,2±1,0%), assim como normalizou a
  expressão gênica de colágeno III, IV e TGF-?. A restrição proteica resultou em aumento
  da expressão gênica dos marcadores de ERS GRP78, ATF4/6, PERK, IRE1? e CHOP
  em aorta, e essas alterações foram revertidas pelo tratamento com TUDCA, exceto
  CHOP. A expressão gênica do receptor de TUDCA TGR5 não foi alterada entre os
  grupos, porém a menor expressão gênica do receptor FXR em aorta de R foi
  normalizada pelo tratamento com TUDCA. CONCLUSÃO: Os dados sugerem que a
  restrição proteica pós-desmame prejudica a função e a estrutura da aorta, pois resulta em
  hipocontratilidade, redução da expressão de proteínas contráteis, aumento de colágeno e
  fibrose. O tratamento com TUDCA reverteu essas alterações, associado a menor
  expressão de marcadores de ERS e maior expressão do receptor FXR. Esses achados
  reforçam o potencial terapêutico TUDCA em complicações vasculares associadas à
  desnutrição.

  Apoio financeiro: FAPESP 2018/26080-4 e 2019/15164-5

• Palavras-chave
• Desnutrição, Aorta, TUDCA
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Trabalhos originais