A Influência do Ambiente Pós-Natal na Ativação do Sistema Renina Angiotensina Intestinal: Associação com o Remodelamento de Artérias de Resistência em SHR

  • Autor
  • Patrizia Dardi
  • Co-autores
  • Flávia Midori Ishikawa , Renaide Rodrigues Ferreira Gacek , Luciana Venturini Rossoni
  • Resumo
  • A hipertensão arterial (HA) é associada a disbiose da microbiota intestinal em ratos espontaneamente hipertensos (SHR) adultos; alteração essa que está ausente na fase jovem (pré-hipertensiva), mas é precedida por modificações no ambiente intestinal, que culminam no aumento da permeabilidade, fibrose e inflamação na idade adulta. O tratamento de SHR adultos com fármacos moduladores do sistema renina angiotensina (SRA) é capaz de reverter essa patologia intestinal e estabelecer a eubiose, o que sugere a participação do SRA local no desenvolvimento das alterações intestinais associadas a HA. Uma vez que trabalhos indicam a influência do ambiente pós-natal na ativação do SRA renal em SHR, o objetivo do presente trabalho foi avaliar como a troca do ambiente pós-natal (amamentação cruzada) modifica o SRA intestinal e o remodelamento das artérias mesentéricas de resistência (AMRs) em SHR de 6 semanas de vida. Assim, ratos Wistar (W) e SHR (S) foram amamentados por suas mães, formando os grupos WW (n:24) e SS (n:23); ou por fêmeas da linhagem oposta, nos grupos WS (n:17) e SW (n:16). A pressão arterial (PA) foi avaliada por pletismografia e o remodelamento das AMRs foi estudado em miógrafo de pressão, avaliando: o diâmetro interno (Di), a razão parede/lúmen (P/L) e a rigidez arterial (ângulo ?), na ausência de cálcio. Segmentos de intestino grosso foram avaliados por ELISA para quantificação de angiotensina II (Angio II) ou por qRT-PCR para avaliação da expressão gênica do receptor de Angio II do tipo I (ATR1) e da enzima conversora de Angio II (ECA 1). Os níveis de mRNA foram determinados pelo cálculo 2 – ??Ct. Análise estatística: ANOVA duas vias ($p<0,05 vs. WW e @p<0,05 vs. SS). Aprovação CEUA nº:1946260318. Os ratos SS apresentaram um pequeno, porém significativo, aumento da PA em comparação aos WW, e a amamentação cruzada não modificou tal perfil (WW:117±0,97 vs. WS:116±0,86 vs. SS:127±0,99$ vs. SW:127±1,34$ mmHg). As AMRs dos SS tinham menor Di (80mmHg: WW:300±17,6 vs. WS:302±18,7 vs. SS:259±16,5$ vs. SW:300±21,1@ µm); maior razão P/L (80mmHg: WW:0,12±0,01 vs. WS:0,13±0,005 vs. SS:0,18±0,01$ vs. SW:0,13±0,004@) e maior ângulo ? (WW:5,14±0,21 vs. WS:4,99±0,16 vs. SS:6,13±0,31$ vs. SW:5,36±0,27@), quando comparado aos WW e aos SW; enquanto esses parâmetros não diferiram entre os WS e os WW. A concentração de Angio II estava aumentada no intestino dos SS e dos WS em comparação com os WW, mas era reduzida nos SW frente ao grupo SS (WW: 0,90±0,04 vs. WS:1,67±0,15$ vs. SS:1,83±0,23$ vs. SW:1,01±0,11@ pg/mL/µg). Adicionalmente, a expressão gênica do ATR1 e da ECA 1 era semelhante entre os grupos. Assim, com os resultados apresentados, concluímos que a mudança do ambiente pós-natal melhora o prognóstico do remodelamento estrutural e mecânico das AMRs dos SW já em 6 semanas; fenótipo esse acompanhado de menor concentração intestinal de Angio II. A menor produção desse peptídeo no intestino pode reduzir os danos nesse órgão alvo na idade adulta, contribuindo para o estabelecimento da eubiose, para o remodelamento eutrófico para fora em AMRs e melhora do prognóstico da HA nos SW. Já nos WS (que não apresentam remodelamento em 6 semanas de vida), a maior atividade do SRA pode prejudicar o ambiente intestinal e o estabelecimento da microbiota, contribuindo como um fator de risco para o remodelamento observado nesses animais na vida adulta, caracterizado como sendo eutrófico para dentro nas AMRs.

  • Palavras-chave
  • Hipertensão, Angiotensina II, Remodelamento
  • Modalidade
  • Comunicação oral
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  • Projetos Científicos

Comissão Organizadora

Gustavo Carvalho
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Eliana Hiromi Akamine
Profª Drª Luciana Venturini Rossoni
Ana Paula Couto Davel
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GIULIA ALESSANDRA WIGGERS
Alice Valença Araújo

Comissão Científica