Efeitos do Tratamento Subagudo com Glutationa sobre Reatividade Vascular em Artérias Mesentéricas de Resistência em Ratas Hipertensas Ovariectomizadas

  • Autor
  • Nathalie Tristão Banhos Delgado
  • Co-autores
  • Victoria Maia Viana Marcial , Izabela Moreira Bonfim , Vinicius Mengal , Nazaré Souza Bissoli , Roger Lyrio dos Santos , Sonia Alves Gouvêa
  • Resumo
  • A hipertensão é considerada o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares e suas complicações são mediadas por diversos mecanismos, entre eles, o estresse oxidativo e disfunção endotelial. Quando a menopausa é alcançada e a produção de hormônios sexuais é reduzida, a incidência de doenças cardiovasculares nas mulheres aumenta chegando a superar a dos homens. Entre os hormônios sexuais femininos, o estrogênio é classicamente conhecido por suas ações vasculoprotetoras. De fato, esse hormônio desempenha importante papel na atividade de diversas proteínas, incluindo as do sistema antioxidante enzimático (superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase). A glutationa (GSH) é a principal fonte de tiol intracelular, capaz de aumentar a biodisponibilidade do óxido nítrico (NO) e a sua deficiência está diretamente ligada ao aumento da disfunção endotelial. Diante deste contexto, levantamos a hipótese de que a suplementação de tiol com GSH melhore o relaxamento dependente do endotélio, além de reduzir a contração induzida pela fenilefrina (PE). Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos do tratamento com GSH sobre a reatividade vascular em artérias mesentéricas de fêmeas espontaneamente hipertensas (SHR) com disfunção hormonal. Ratas SHR com 12 semanas de idade (200 ± 5 g de peso corporal) foram divididas em 3 grupos: (1) Sham, (2) OVX (ovariectomia) e (3) OVX+GSH (200 mg/kg, i.p., 21 dias). A pressão arterial foi avaliada por pletismografia de cauda antes e após o tratamento. Curvas concentração-resposta à acetilcolina (ACh) e PE foram realizadas em artérias mesentéricas antes e após incubações com L-NAME (N?-nitro-L-arginina metil éster, 300 µM), inibidor não seletivo de enzima óxido nítrico sintase (NOS) e indometacina (INDO, 10 µM), inibidor não seletivo da ciclooxigenase (COX). Os níveis vasculares de NO foram determinados in situ utilizando a sonda DAF-2. Os dados foram expressos como média ± EPM. Utilizamos ANOVA de uma ou duas vias, seguidas pelo teste post hoc de Bonferroni/Tukey. O nível de significância foi estabelecido em P<0,05. Os resultados apontam que não houve alteração em variáveis hemodinâmicas. A castração e o tratamento não alteraram a resposta de relaxamento induzida pela ACh (Sham: 83 ± 5; OVX: 76 ± 7 e OVX+GSH: 90 ± 3 %). Ao analisarmos a participação dos mediadores endoteliais nessa resposta, verificamos que a via do NO foi participativa em todos os grupos (Sham: 43 ± 14; OVX: 29 ± 10 e OVX+GSH: 58 ± 15 %), embora somente o grupo tratado tenha apresentado um aumento na intensidade de fluorescência para o NO (Sham: 42 ± 3; OVX: 40 ± 2 e OVX+GSH: 70 ± 4 U.A.). Com relação as curvas de contração, tanto a ovariectomia quanto o tratamento não foram capazes de alterar a contração máxima (Sham: 33 ± 9; OVX: 32 ± 9 e OVX+GSH: 18 ± 2 mN). A via do NO não participa desta resposta, porém de forma interessante, ao inibirmos a via dos prostanoides apenas o grupo tratado apresentou uma redução na resposta máxima de contração (13 ± 0,7 mN). Concluímos que a via do NO é participativa nas curvas de relaxamento de todos os grupos e a via dos prostanoides é participativa na resposta contrátil no grupo castrado tratado. Tanto a castração quanto o tratamento não modulam curvas de relaxamento induzida pela ACh e contração induzida pela PE. Estes resultados geram evidências funcionais que contribuem para um melhor entendimento sobre potenciais alvos terapêuticos na hipertensão e disfunção hormonal.

  • Palavras-chave
  • Artérias Mesentéricas de Resistência, Disfunção Hormonal, Glutationa, Hipertensão, Reatividade Vascular
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