Introdução: A obesidade é um problema mundial associada à secreção de adipocinas pró-inflamatórias e estresse oxidativo. Estes fatores podem favorecer o surgimento da síndrome metabólica e patologias cardiovasculares como a hipertensão. Sabe-se que o estresse oxidativo contribui para o remodelamento arterial por diferentes vias, como pelo aumento da atividade e expressão de NF-kB, principal fator de transcrição para a metaloproteinase de matriz (MMP)-2. Embora ainda não tenhamos determinado a atividade da MMP-2 neste projeto, sabe-se que ela participa do desenvolvimento do remodelamento mal adaptativo da hipertensão. A rigidez arterial precede o surgimento da hipertensão em animais e indivíduos com síndrome metabólica. Logo, o estresse oxidativo pode estar ligado ao remodelamento arterial por aumentar a atividade de MMP-2. O uso de antioxidantes, como resveratrol, em modelos experimentais tem como objetivo melhorar as disfunções vasculares. Assim, considerando a capacidade antioxidante do resveratrol e seus efeitos protetores no aparelho cardiovascular, a hipótese deste estudo é que o resveratrol reduz o estresse oxidativo, melhorando a biodisponibilidade do NO e consequentemente o remodelamento e disfunção vascular que precedem a hipertensão em ratos com síndrome metabólica. Metodologia: Ratos Sprague Dawley foram divididos em grupos tratados com dieta padrão ou hiperglicídica por 16 semanas, sendo que nas últimas 6 semanas receberam, por gavagem, veículo ou resveratrol (10 mg/kg/d). A pressão arterial sistólica foi aferida semanalmente por pletismografia de cauda, bem como o peso. Até este momento, o plasma foi coletado para a dosagem de parâmetros metabólicos, como triglicerídeos, por exemplo, e a gordura (epididimal, gonadal, retroperitoneal e visceral) foi usada para calcular a taxa de gordura total no animal. A análise estatística foi feita usando ANOVA de duas vias, seguidas por teste Bonferroni, utilizando GraphPad Prism; p<0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Não houve diferença nas pressões arteriais sistólicas entre os grupos em 16 semanas. Entretanto, os ratos que receberam dieta hiperglicídica apresentaram maior ganho de peso corporal (n=8-10, *p<0,05 vs. Grupos Controles), aumento nas reservas de gorduras (n=8-10, p<0,05 vs. Grupos Controles) e níveis de triglicérides (n=8-10, p<0,05 vs. Grupos Controles). O tratamento com resveratrol não alterou estes parâmetros. Houve aumento de estresse oxidativo no plasma dos ratos tratados com dieta hiperglicídica e o resveratrol foi capaz de reduzir esse biomarcador (n=8-10, *p<0,05 vs. Controle+Resveratrol; #p<0,05 vs. Hiperglicídica). Além disso, houve redução da biodisponibilidade do NO (refletido na diminuição nas concentrações de nitrito plasmático) nos ratos que receberam dieta hiperglicídica e o resveratrol aumentou essas concentrações (n=8-10; *p<0,05 vs. Controle; #p<0,05 vs. Hiperglicídica). Conclusão: Nossos achados mostram, até o momento, que o resveratrol pode melhorar as quantidade de NO plasmático em ratos que receberam dieta hiperglicídica por melhorar o estresse oxidativo.
Apoio Financeiro: CAPES; FAPESP; FAEPA.
Comissão Organizadora
Gustavo Carvalho
Luiza Malacco
Eliana Hiromi Akamine
Profª Drª Luciana Venturini Rossoni
Ana Paula Couto Davel
José Wilson do Nascimento Corrêa
GIULIA ALESSANDRA WIGGERS
Alice Valença Araújo
Comissão Científica