INTRODUÇÃO: A frequente exposição a estímulos estressores em fases específicas da vida pode desencadear alterações metabólicas negativas em parâmetros bioquímicos e antioxidantes. Tendo em vista tal situação, é de suma importância entender como o estresse gestacional pode impactar a prole na fase adulta. OBJETIVOS: Avaliar o impacto do estresse gestacional na prole adulta de machos e fêmeas nos perfis bioquímico e antioxidante. MÉTODOS: Estudo aprovado pela Comissão de Ética de Uso de Animais da Universidade Federal Fluminense (n° 9518170621). Ratas Wistar em idade fértil foram alocadas para acasalamento na proporção de 2 fêmeas para 1 macho. Após a confirmação gestacional por lavado vaginal, foram subdivididas em grupo controle (C) e estresse variável (EV). As ratas EV foram submetidas a protocolo de estresse durante o 14° ao 21° dia gestacional, contando com 4 estímulos estressores diferentes. Depois do nascimento e lactação, a prole foi dividida em machos e fêmeas (n = 8/grupo), de acordo com a presença ou não do protocolo de estresse gestacional. A prole foi acompanhada até os 120 dias de vida, quando foi anestesiada e eutanasiada para a coleta de sangue por punção cardíaca para posteriores análises bioquímicas (Bioclin) e antioxidantes (Cayman). Através dos resultados obtidos pelas dosagens de perfil lipídico, o LDL colesterol foi calculado pela fórmula de Friedewald. Os resultados foram testados quanto a sua normalidade e comparados através de teste T não pareado. Foram apresentados como média±erro padrão da média e considerados significativos quando p?0,05. RESULTADO: Em relação à massa corporal aos 120 dias, as fêmeas não apresentaram diferença (C: 238,20g±4,14; EV: 248,90g±4,32; p=0,09). No entanto, os machos do grupo EV mostraram uma diminuição na massa corporal em relação ao grupo C (C: 412,90g±9,04; EV: 375,80g±7,05; p=0,01). A respeito do perfil lipídico, o colesterol não apresentou diferença (p=0,36) entre as fêmeas do grupo C (70,88 mg/dL±10,44) e do grupo EV (59,81 mg/dL±4,99; p=0,36), assim como nos machos (C: 44,72 mg/dL±4,58; EV: 38,29 mg/dL±1,63; p=0,21). O HDL não apresentou diferença significativa entre as fêmeas (C: 12,85 mg/dL±1,02 EV: 16,43 mg/dL±2,13; p=0,15), porém, quando comparado entre os machos, foi menor no grupo EV (C: 11,26 mg/dL±0,62 EV: 8,90 mg/dL±0,45; p=0,01). Já quanto ao LDL, os machos (C: 24,97 mg/dL±3,63 EV: 20,84 mg/dL±2,08; p=0,34), bem como as fêmeas (C: 48,80 mg/dL±9,44 EV: 27,66 mg/dL±3,56; p=0,06) não apresentaram diferença significativa. As fêmeas do grupo EV apresentaram maiores valores de triglicerídeos (C: 46,16 mg/dL±7,12 EV: 78,58 mg/dL±2,96; p=0,001), o que não foi observado em relação aos machos (C: 42,44 mg/dL±5,29 EV: 42,73 mg/dL±7,39; p=0,97). Quanto ao perfil oxidativo, o grupo fêmea EV (8,57 U/mL±0,10) apresentou maior valor de SOD (p=0,002) quando comparado ao grupo de fêmea controle (C: 7,59 U/mL±0,24), porém, não foi observado diferença entre os machos (C: 7,30 U/mL±0,51 EV: 7,75 U/mL±0,26; p=0,45). Já em relação à catalase, esta não apresentou diferença nem entre os grupos de fêmeas (C: 3,16 nmol/min/mL±0,16 EV: 3,32 nmol/min/mL±0,24; p=0,59), nem de machos (C: 2,79 nmol/min/mL±0,20 EV: 2,84 nmol/min/mL±0,22; p=0,87). CONCLUSÃO: O estresse gestacional foi capaz de impactar negativamente a prole adulta, reduzindo HDL em machos e aumentando TG e SOD em fêmeas.
Apoio financeiro: CAPES, FAPERJ, CNPq.
Comissão Organizadora
Gustavo Carvalho
Luiza Malacco
Eliana Hiromi Akamine
Profª Drª Luciana Venturini Rossoni
Ana Paula Couto Davel
José Wilson do Nascimento Corrêa
GIULIA ALESSANDRA WIGGERS
Alice Valença Araújo
Comissão Científica
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