Padronização de um modelo de estudo das implicações cardiovasculares induzidas pela doença periodontal.

  • Autor
  • Fabricio Antonio de Carvalho Silva
  • Co-autores
  • Stefâny Bruno Assis Cau
  • Resumo
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    A doença periodontal é uma das doenças inflamatórias mais comuns em adultos, afetando cerca de 3.9 bilhões de pessoas em 2010. Com aumento da população mundial (8 bilhões de pessoas atualmente), as doenças periodontais se confirmaram como um significante problema de saúde pública, sendo considerada pelo Centers for Disease Control and Prevention “CDC” uma pandemia global; causando incapacidades, dificuldade de fala, baixa estima e redução da qualidade de vida.

    A atenção que as doenças periodontais recebem fora do escopo da Odontologia se deve à influência na iniciação e progressão de diversas doenças sistêmicas. Os microrganismos presentes na placa subgengival adentram o sistema circulatório, induzindo uma bacteremia transitória. O quadro pode evoluir de forma rápida para uma infecção aguda causando endocardite bacteriana ou se tornar crônico, causando Aterosclerose e Hipertensão Arterial. 

    Ainda continua inespecífico se patógenos periodontais estimulam o desenvolvimento de doenças sistêmicas, ou se doenças sistêmicas causam abundância de patógenos periodontais. É interessante pensar que se tais patógenos que causam as doenças periodontais também causam doenças não orais, podem ser alvos terapêuticos para doenças sistêmicas.

    Embora a associação entre doenças periodontais e cardiovasculares esteja bem documentada na clínica, há poucos estudos que investigam os mecanismos dessa associação. Assim, o presente estudo objetiva avaliar a relação entre doenças periodontais (gengivite e periodontite) e os desenvolvimento de disfunção cardíaca e vascular. 

    Em um estudo temporal, serão utilizados camundongos da linhagem C57BL/6 submetidos a dois modelos diferentes de doença periodontal e seus respectivos controles. O primeiro é o modelo de ligadura, onde um fio de sutura oftalmológico (0.6mm) será posicionado em volta dos segundos molares superiores dos animais anestesiados. Para o grupo controle, a passagem do fio será feita, porém o fio não permanecerá.

    O segundo modelo utilizará um fio ortodôntico (0.2 mm) de aço inoxidável posicionado na amei (Gap) entre o primeiro e segundo molar superior direito. Este modelo possui como vantagem a menor invasão de tecidos gengivais. 

    Os animais serão eutanasiados após 7, 14 ou 28 dias da indução da doença. Serão realizadas análises in vivo e ex vivo. In vivo, será coletado sangue da cauda dos animais para avaliar a presença de mediadores inflamatórios (ELISA para citocinas) e a presença de microrganismos (determinação da bacteremia) provenientes da doença instalada na cavidade oral. Iremos aferir a pressão arterial de cauda de maneira não invasiva através do método de pletismografia de cauda (Tail Cuff).  Para análise funcional ex vivo, os corações serão perfundidos retrogradamente (preparação de Langendorff) e estimulados com concentrações crescentes  de isoprenalina e anéis de aorta serão montados em banho de órgãos-isolados para o estudo da reatividade vascular frente a estímulos vasodilatadores e vasoconstritores. Em um segundo grupo de animais, as mandíbulas, artérias, aortas e corações serão coletados, emblocados em parafina e usados para a produção de cortes para análise histopatológica. 

     

    Com os modelos propostos será possível determinar a janela temporal ideal para intervenções farmacológicas que previnam o desenvolvimento de disfunção cardiovascular desencadeada pela doença periodontal e, assim, investigar vias de sinalização que podem ser o elo entre os dois grupos de doenças.

  • Palavras-chave
  • Doenças Periodontais, Doenças Cardiovasculares, inflamação, patógenos orais, doenças sistêmicas
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Comissão Organizadora

Gustavo Carvalho
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GIULIA ALESSANDRA WIGGERS
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Comissão Científica