Nebivolol Restaura As Alterações Do Balanço Redox Induzidas Pela Obesidade Na Vasculatura E Tecido Adiposo Perivascular

  • Autor
  • Leonardo Petra da Silva
  • Co-autores
  • Victor Oliveira Assis , Carlos Renato Tirapelli
  • Resumo
  • Introdução: A obesidade promove alterações nos vasos sanguíneos e no tecido adiposo perivascular (PVAT) que podem levar à hipercontratilidade vascular e hipertensão arterial associada à obesidade. As características secretórias do PVAT em condições fisiológicas variam de acordo com o território vascular. O nebivolol é um ?-bloqueador de terceira geração que possui efeitos pleiotrópicos antioxidantes. A hipótese do estudo foi a de que a obesidade promoveria alterações no PVAT e que o nebivolol seria capaz de reverter essas ações. Objetivo: Investigar os efeitos do nebivolol sobre o burst oxidativo no PVAT periaórtico (torácico e abdominal) e aorta de animais obesos. Métodos: Ratos Wistar Hannover (7 semanas de idade, 260-280 g) foram mantidos sob dieta controle (CV/CN) ou dieta hipercalórica (OV/ON) por 14 semanas e nas 4 últimas semanas os animais receberam diariamente por via intragástrica (gavagem) veículo (carboximetilcelulose 0,25%) ou nebivolol (10 mg/kg/dia). O ganho de peso foi avaliado semanalmente. Aorta torácica, abdominal e seus PVATs foram coletados para as seguintes avaliações: produção de superóxido (O2•-) por quimioluminescência da lucigenina, concentração de malondialdeído (MDA) e de nitrito por colorimetria e níveis de H2O2 por fluorimetria (CEUA-EERP/USP; no 21.1.304.22.3). Os resultados foram expressos como média ± E.P.M e analisados por two-way ANOVA/Tukey (p<0,05). Resultados: A obesidade: (A) aumentou a massa corporal dos animais (g; n=6-8) (CV:404±12; OV:476±9*; CN:401±3; ON:430±3); (B) aumentou a produção de O2•- (URL/mg proteína) na aorta torácica (n=5-6) (CV:7,4±0,6; OV:20,0±2,2*; CN:8,0±1,4; ON:11,1±4,0), no PVAT da aorta torácica (n=5-7) (CV: 379,4±64,0; OV: 1124,5±55,1*; CN:544,0±114,0; ON:386,0±30,0), na aorta abdominal  (n=4-6) (CV: 34,0±2,0; OV:60,1±5,1*; CN:20,0±2,3; ON:22,0±5,0) e no PVAT abdominal (n=5) (CV:164,4±33,1; OV:817,1±164,1*; CN:272,5±61,0; ON:311,0±81,2); (C) aumentou os níveis de MDA (nmol/mg proteína) na aorta torácica (n=5-7) (CV:1,8±0,3; OV:4,6±0,4*; CN:1,8±0,3; ON:2,5±0,4), no PVAT da aorta torácica (n=5-7) (CV:50,5±5,5; OV:103,3±12,6*; CN:46,5±4,4; ON:20,2±3,4), na aorta abdominal (n=5-6) (CV:1,0±0,2; OV:2,9±0,4*; CN:0,3±0,1; ON:1,7±0,1) e no PVAT da aorta abdominal (n=5-6) (CV:3,9±0,5; CV:2,6±0,5; OV:7,4±0,4; ON:4,2±0,3); (D) reduziu os níveis de nitrito (?mol/mg proteína) na aorta torácica (n=5-6) (CV: 8,0±0,7; CN: 8,0±0,5; OV: 5,0±0,4*; ON: 7,3±0,4*) no PVAT da aorta torácica (n=5-7) (CV: 5,0±0,3; CN: 7,1±0,5*; OV: 2,3±0,2*; ON: 5,0±0,5) na aorta abdominal (n=5-6) ( CV: 8,7±0,3; CN: 8,4±0,4; OV: 6,5±0,3*; ON: 7,6±0,3) no PVAT da aorta abdominal (n=5-8) (CV: 12,0±0,5; CN: 11,0±0,5; OV: 10,2±0,7; ON: 9,5±0,6). (E) não alterou os níveis de H2O2 (mmol H2O2/mg proteína) na aorta torácica (n=6) (CV:105,0±10,2; CN:801,0±31,0*; OV:183,0±28,4; ON:721,9±37,6*) e no PVAT abdominal (n=5-8) (CV:195,0±18,5; CN:492,2±20,3*; OV:195,0±22,0; ON:184,5 ±17,1), porém reduziu os níveis dessa espécie no PVAT torácico (n=6-8)  (CV:191,8±5,7; CN:183,3±5,9; OV:153,3±5,2*; ON:170,2±6,8) e na aorta abdominal (n=5-8) (CV:1018,0±46,7; CN:850,0±29,9; OV:228,3±3,8*; ON:180,2±5,5*). O tratamento com o nebivolol reverteu essas alterações. Conclusão: A obesidade promove alterações no balanço redox no PVAT periaórtico abdominal e torácico e nas porções torácica e abdominal da aorta. O nebivolol reverte o aumento do estresse oxidativo induzido pela obesidade no PVAT e na aorta. Apoio financeiro: FAPESP e PUB-USP.

  • Palavras-chave
  • PVAT, Obesidade, Estresse oxidativo
  • Modalidade
  • Comunicação oral
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